Portando cartazes e faixas e munidos de um caminhão de som – emprestado pelo Sindicato dos Metalúrgicos – algumas dezenas de trabalhadores da Cia. Tecidos Santanense se reuniram na porta da empresa na manhã de quinta-feira (18) para cobrarem dos empresários, o pagamento dos salários e benefícios atrasados, além de sensibilizar a comunidade para apoiar a causa. A maior indignação dos empregados da Santanense é a falta de informações sobre a situação da fábrica de tecidos centenária e dos seus próprios pagamentos, como o vale-refeição, leite e plano de saúde. No dia da manifestação, a empresa estava com os portões fechados e, parece, com reduzido movimento interno.
A situação de incerteza vem desde dezembro de 2022 e nos últimos meses os rumores são assustadores com indícios de fechamento da empresa e demissão em massa de cerca de 800 trabalhadores. Desde dezembro eles estão sem pagamento, afastados do serviço, sem benefícios como vale-refeição e leite. E estão ameaçados – além da perda do emprego – do corte do plano de saúde.
A operária Vilane Andrade Carvalho, ao lado de outros trabalhadores da Cia. Santanense, falou à imprensa presente no evento e aos que passavam pelos portões da fábrica, na rua Dr. Alcides Gonçalves, dos problemas vividos nos últimos meses. O presidente do Sindicato dos Tecelões, Thiago Adilson dos Santos, e a advogada Sandra Vítor se colocaram junto dos empregados, mas avisaram que as notícias não são boas, uma vez que o diretor Clóvis Gonçalves Nogueira não apresentou nenhuma solução imediata e o presidente da Cia. Santanense, Josué Gomes da Silva sequer atendeu o chamado do celular do Sindicato.
Nova manifestação na segunda-feira
Ante as incertezas, os trabalhadores decidiram por aclamação insistirem em respostas e, se não forem atendidos, voltarão a se reunir na porta da empresa na segunda-feira (22), às 16 horas, onde irão sair em caminhada para a praça do bairro.
Apoios políticos e sindicais
A manifestação dos trabalhadores contou com o apoio do Sindicatos dos Metalúrgicos, com a presença do presidente Noel Marcelo de Almeida e outros diretores, do ex-sindicalista Geraldino de Souza Filho, o Mirinho, que é presidente do PT; e da deputada Lohanna França (PV), representada pelo assessor Samuel Assis. O dirigente dos Metalúrgicos, Noel Marcelo, criticou a falta de apoio das autoridades do município e cobrou maior participação nos próximos eventos.