Três poemas

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Lucimar Francisco Rosa*

Alívio

Escrever é como espremer um pouco de angústia.

Um método de alívio momentâneo.

Dessa forma, sai pelos dedos parte ínfima da dor.

Dor intrínseca!

Na empreitada atrevida de escrevinhar sentimentos,

Torna-se realmente um pouco menos triste.

Mas a dor não cessa.

Não é fácil a vida de quem vê o mundo em preto e branco.

É inquietude, tormenta, agonia…

Ser sensível a dor do mundo é um peso de afrouxar os joelhos.

De perder as forças.

Na constatação do não pertencimento.

O que se faz é seguir.

Ir entre tudo que se apresenta.

Não é vazio é abundância!

É o isolar-se de quem cultua mergulhos profundos.

E não a aceitação do raso, confortável e conveniente.

Realismo trágico e imposto!

É um padecer amiúde.

Prelúdio do fim

Na fugacidade dos dias,

Há que se ater para as vivências.

Na efemeridade dos atos,

Há que se ater para os efeitos.

Na finitude dos sentimentos,

Há que se ater para o entendimento.

No demandar provisório da estadia,

Há que se ater para as mudanças.

No galgar passageiro da vida,

Há que se ater para evolução.

Ela apaixonou-se

Ela apaixonou-se por uma risada sem censura.

Por um olhar sem julgamento.

Apaixonou-se por um cabelo livre para se como é.

Por um corpo real, sem formatação.

Ela apaixonou-se pela cor da pele do jeito que a melanina apresentou-se.

Apaixonou-se pela roupa que não segue tendências.

Pelo comportamento livre…

Ela apaixonou-se pela possibilidade de escolhas.

Apaixonou-se pela força e bravura.

Ela realmente apaixonou-se por ela mesma.

E isso fez toda a diferença!

 *Lucimar Francisco Rosa é natural de Bonfim/MG, reside em Itaúna há 14 anos. Graduado em Serviço Social pela UEMG, Especialista em Gestão de Pessoas e RH, professor, poeta, músico, cantor e compositor. É assistente social da AVACCI, da APAC Masculina e Tutor na UNINTER.

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