Para parlamentares, itaunenses devem decidir se querem ou não o tratamento precoce
Os vereadores continuam insistindo em defender o chamado tratamento precoce contra a Covid-19 e o uso de medicamentos, como cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina e outros, que não são comprovados cientificamente e que têm gerado grandes polêmicas nos meios científicos e políticos. Acolhido amplamente pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no início da pandemia – e agora tratado às escondidas por setores do governo – o uso dos remédios foi um dos motivos da criação da “CPI da Covid” no Senado Federal, uma vez que há denúncias de gastos milionários, agora até irregulares, com isso. Para os vereadores itaunenses, os pacientes têm o direito de decidir se querem ou não fazer uso dos medicamentos, que estão gerando, inclusive denúncias de efeitos colaterais altamente comprometedores para as pessoas, além de não diminuírem os sintomas iniciais da Covid. Esses vereadores querem que os postos de saúde, os PSF’s oficializem o receituário do kit covid e mais, querem que a Prefeitura crie um ambulatório de atendimento médico – foi sugerido, inclusive, o Posto de Saúde Central – destinado ao tratamento da doença em Itaúna, a fim de aliviar a sobrecarga no Hospital Manoel Gonçalves. Neste ambiente, os médicos podem receitar os medicamentos do kit covid, rejeitado agora até pelo Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Os vereadores defensores da cloroquina são representantes de partidos (DEM, PSL, Patriota, PSC, PL) que em Brasília defendem o presidente Bolsonaro e sua política de saúde, que é contestada por autoridades sanitárias e organismos internacionais no combate à Covid-19. O Brasil é um dos tristes campeões em contaminações e mortes pelo coronavírus. Atualmente são 17 milhões de pessoas contaminadas e quase 500 mil óbitos.
Questão não deve ser politizada
Para os vereadores que estão tratando do tema, como Alexandre Campos (DEM), Márcia Cristina (Patriota), Antônio Miranda (PSC), Kaio Guimarães (PSC) e Gustavo Barbosa (Patriota), a questão do tratamento precoce ou tratamento preventivo contra a Covid-19, não deve estar em âmbito político. Entendem que há muita paixão ideológica sobre o assunto, que deve ser cuidado pela consciência de cada um e com orientação médica.