Vereadores rejeitam projeto que beneficia ViaSul e passagem de ônibus poderá ter aumento nos próximos dias

Emenda na LDO de aporte financeiro para a concessionária do transporte foi derrubada e projeto dos R$ 10 milhões teve novo adiamento de votação

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Depois de muitos espetáculos que para muitos vêm como palanque eleitoral, os vereadores voltaram a se reunir a noite de sexta-feira, em sessão extraordinária, para votarem os projetos de lei que impactam o transporte coletivo de Itaúna. No início da semana houve novamente adiamento de votação, depois de duas reuniões com o prefeito Neider Moreira (PSD), muitas idas e vindas e uma chuva de mensagens de textos e vídeos em redes sociais, contra e a favor dos projetos que beneficiam a concessionária ViaSul.
Na tarde de quinta-feira ficou acertado um acordo entre vereadores e prefeitura que indicava que as proposições seriam aprovadas pela maioria, com a garantia de redução das passagens de ônibus em R$ 0,50 – passando de R$ 5,00 para R$ 4,50 –, a partir de sábado (2) e o compromisso da ViaSul em realizar as melhorias no serviço, como renovação da frota e a chegada de dez novos veículos até dezembro, implantação de 50 guaritas para embarque e desembarque de passageiros, bilhetagem eletrônica e reorganização de itinerários e horários a fim de atender melhor os usuários.
Algo mudou nesta reunião extraordinária de sexta-feira e foi rejeitada por 8 votos a 7 – com uma abstenção – a emenda ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que possibilita a concessão de subsídio financeiro (sem valor definido, ainda que a proposta inicial seja de R$ 16 milhões, para a empresa do transporte coletivo. A aprovação da emenda mais a do projeto de lei que concede recursos para o “reequilíbrio financeiro” de R$ 10 milhões à ViaSul fazia parte do entendimento entre as partes para que não houvesse reajuste da passagem.
Votos da oposição e abstenção modificam combinado
Os vereadores da oposição, com o voto de Edênia Alcântara (PDT), considerada independente, e a abstenção de Joselito Gonçalves (PDT) – tido como voto certo pela aprovação – derrubaram a emenda da LDO. Dessa mesma forma, os vereadores estavam caminhando para, também, rejeitarem o projeto dos R$ 10 milhões. Numa manobra, o vereador Alexandre Campos (MDB) propôs o adiamento da votação, que foi aprovado por 9 votos a 7.
O dinheiro para o reequilíbrio financeiro da ViaSul não vai sair agora, no entanto, como avisou o prefeito, poderá haver aumento de passagem nos próximos dias. Em vez de R$ 5,00, o custo do transporte coletivo poderá ser de R$ 6,55. A Prefeitura e os técnicos do CEFET-MG, empresa responsável pelos estudos das planilhas da empresa revelaram que não é possível continuar operando o serviço do transporte sem que haja o aporte financeiro. Como não veio com os mecanismos dos projetos de lei, da rubrica na LDO e do repasse financeiro, haverá aumento da passagem.
Antigos problemas da empresa de transporte vêm à tona
Os debates na Câmara Municipal e, até, nas redes sociais, serviram para retornar as antigas cobranças do transporte coletivo praticado pela ViaSul. Queixas de carros sucateados, sempre com problemas de falta de manutenção e estragos em via pública, precárias condições de trabalho de motoristas – além da dupla função quando servem também de cobradores de passagem –, ausência de guaritas para proteção contra sol e chuva etc. O prejuízo do serviço, que é a maior justificativa para o socorro financeiro do município, não deve ser tão grande assim, segundo a avaliação de alguns vereadores da base aliada do prefeito, já que durante a pandemia da Covid-19, se aconteceu a redução de passageiros, também houve de horários de circulação de ônibus e hoje os insumos, como óleo diesel, estão mais baratos que durante o governo anterior. Em resumo, voltaram a falar quase à unanimidade que o transporte coletivo de Itaúna “é muito ruim” e que se a ViaSul desistir de continuar “será um favor para o usuário”.