A comissão especial criada pela Prefeitura para analisar as solicitações da empresa de transporte coletivo ViaSul, a começar pelo reajuste da tarifa, ocorrido no dia 20 de março, esteve na Câmara para prestar esclarecimentos referentes ao serviço praticado em Itaúna, com números e argumentos. A responsável da Gerência de Trânsito e Transportes, Cíntia Valadares foi acompanhada dos servidores e membros da comissão, Ângelo Braz de Matos, economista; Bruno Siqueira Campos, fiscal de concessão de serviços públicos; Gustavo Tofani Simões de Brito, procurador; Peri Tupinambás Lima, fiscal de concessão de serviços públicos e Vaneida Nogueira Mileib, contabilista. As informações prestadas dizem respeito ao reajuste de 25% que elevou o preço das passagens de R$ 4,00 para R$ 5,00, em março, quando a empresa ViaSul queria 41,36%, majorando a tarifa para R$ 5,65. Os argumentos são de que desde 2019 não havia reajuste das tarifas e, apesar disso, todos os insumos ligados ao transporte ficaram mais caros, principalmente o óleo diesel, que aumenta a todo momento. Também argumentaram que durante a pandemia da Covid-19 houve um déficit de usuários do transporte coletivo de 20%, que ainda não foi restabelecido mesmo depois da retomada das atividades em todos os setores da economia. O pronunciamento de Cíntia Valadares, reforçado na fala dos colegas da comissão especial, ressaltou que o transporte coletivo sobrevive do lucro, como em qualquer empresa, e este provém da quantidade de usuários diariamente. Para cada quilômetro rodado espera-se que haja 1,45% de passageiro e, atualmente esse percentual está na faixa de 0,94%. Antes havia uma média de 420 mil passageiros por mês, mas hoje o número está em torno de 280 mil. Cíntia Valadares afirmou ainda que durante a pandemia a empresa ficou 30 dias sem motorista, todos adoeceram, assim como aconteceu no seu local de trabalho, quando ela esteve sozinha à frente dos serviços porque os colegas estavam doentes.
“O pior dos mundos é ficar sem o transporte coletivo. Em alguns municípios está acontecendo isso, pois as empresas estão deixando de atender, abandonando a concessão”, informou a gerente de Trânsito e Transporte. A a ViaSul, teve sua concessão renovada em 2016, na administração do então prefeito Osmando Pereira da Silva, para 20 anos, prorrogáveis para mais 20.
Melhoria do serviço e redução da tarifa
Os membros da comissão do transporte coletivo garantiram aos vereadores que estão empenhados em encontrar uma solução para que o serviço de ônibus continue sendo oferecido, que haja melhoria do atendimento e, se possível, a redução do preço da tarifa. A solução para que isso aconteça pode vir como tem acontecido em algumas cidades, ou seja, com a concessão pela prefeitura de auxílio financeiro às empresas. Em Belo Horizonte, a Câmara Municipal aprovou R$ 237 milhões de subsídio para as concessionárias do transporte público. O Jornal S’PASSO foi informado que a ViaSul está pedindo à Prefeitura R$ 14 milhões de subvenção para continuar mantendo o serviço sem os prejuízos decorrentes do período da pandemia. A administração do prefeito Neider Moreira ainda não se pronunciou se irá ou não conceder esse subsídio à concessionária e exigir que a mesma reduza o valor da tarifa.
Comissão Especial da Câmara vai investigar contrato da Prefeitura com a Visa Sul
A Câmara também irá investigar a situação da concessão do transporte de passageiros em Itaúna praticado pela empresa ViaSul. Foi criada uma Comissão Especial com prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 30, para ouvir os responsáveis pelo contrato de concessão do serviço. A Comissão será presidida pelo vereador Antônio José de Faria Júnior (PL), o Da Lua e composta pelos vereadores: Antônio de Miranda Silva (PSC), Aristides Ribeiro (PSC), Giordane Alberto (PV) e Silvano Gomes (PDT).