O ano de 2021 ainda está ali atrás e aos poucos vai cedendo lugar ao novo ano. Os problemas do ano que passou – muitos desses de vários passados – ainda estão presentes na vida das pessoas. Foram contabilizados em 2021 bons resultados em atendimento de algumas das principais demandas do município, como da saúde, que teve na vacinação contra a Covid-19 e na aquisição de equipamentos para exames, as principais conquistas. Apesar das boas novas, a cidade fechou o ano com alguns velhos problemas que ainda estão presentes, e parece, vão permanecer afligindo a vida de muitos cidadãos.
A ‘Prainha’ transborda
Um projeto de captação de água pluvial e de reparos em parte da avenida Jove Soares pretende resolver um antigo problema na cidade: as inundações da ‘Prainha’. Quando chove, a falta de escoamento em várias vias da cidade tem promovido um mar de lama e de sujeira causando prejuízos para comerciantes, moradores das áreas atingidas, além de medo e insegurança. A prainha foi o exemplo mais emblemático de que é necessário agilizar o projeto para corrigir as falhas desses logradouros públicos.
O secretário municipal de Regulação Urbana Thiago Moreira Araújo disse que que o projeto de obras da Prainha ainda está em estudos. Com previsão para esse ano de 2022 a realização do processo licitatório para execução. A demora, segundo ele, se deve à complexidade e amplitude dos serviços.
O lixo nas ruas é o problema
Paralelo às inundações de vias de grande fluxo na cidade está o problema da falta de educação de muitas pessoas que jogam lixo nas ruas, à beira de rios e córregos e em lotes vagos. A secretaria de Infraestrutura do município publicou diversas vezes fotos e vídeos da limpeza de bueiros, córregos e das margens do São João, rio que corta a cidade. Também o Córrego Joanica, na avenida Dr. Walter Mendes Nogueira, recebeu intervenções da Prefeitura para retirada de lixo, assim como as bocas de lobo em várias partes da cidade, no centro e nos bairros. As margens de rodovias, como a MG431 – próximo da entrada do bairro Veredas – e imóveis vagos por toda a cidade têm servido de depósito de lixo e descarte de entulho e material de construção de muitas pessoas
Velozes e furiosos
Os principais corredores da cidade, com o trânsito perigoso e complexo, estiveram na mesa de discussões dos vereadores, nos projetos da prefeitura, nas rodas políticas e nas reclamações dos cidadãos. E, por enquanto, há vários gargalos que precisam de um olhar atento, como na rua Divinópolis, no Morro do Sol, e também no cruzamento da avenida Dona Cota com rua Dr. José Gonçalves, próximo da Rodoviária. Esses locais são considerados muito problemáticos devido à incidência de acidentes de veículos, com vítimas fatais.
A gerente de Trânsito e Transportes Cíntia Valadares afirmou que esses corredores da cidade são prioridades do setor e que projetos estão sendo estudados para resolver definitivamente os problemas. Por enquanto ações paliativas, como placas de sinalização e fiscalização do cumprimento dessas regras, têm sido realizadas.
Ah, o velho Mercado Municipal
O velho Mercado Municipal, em pleno centro de Itaúna, está caindo aos pedaços, poluindo visualmente, causando indignação e tristeza nos moradores do entorno. Parece que está longe a possiblidade do local tornar-se um centro cultural ou mesmo reviver seus áureos tempos de centro comercial.
O Mercado Municipal é um imóvel particular, inaugurado em 1962 e há muitos anos abandonado. Ali existiam 86 lojas. A informação é que 44 pertencem à empresa Mercados Minas Gerais e as demais são de comerciantes distantes da propriedade, das responsabilidades sociais dela e de seus problemas que afetam a vida dos itaunenses. Até recentemente o Mercado era um depósito de materiais inservíveis dos antigos comerciantes, ambiente propício para ratos e outros animais peçonhentos, além de esconderijo para uso de drogas e abrigo para moradores em situação de rua.
Hospital e Estação de Santanense: projetos de fachada
A fachada do centenário prédio da Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira está na pauta das promessas para ser recuperada e servir de estampa para um moderno prédio. Por enquanto é somente mais uma promessa, assim como a revitalização da antiga Estação Ferroviária de Santanense, parcialmente destruída pelo tempo e a ação de vândalos.
ViaSul mantém serviços ruins
O transporte coletivo público, praticado pela empresa ViaSul, continua na cidade como um dos principais temas de reclamações dos cidadãos. Os usuários denunciam ônibus lotados, descumprimento de horários, serviços precários nos bairros mais distantes do centro e, ainda, as tarifas caras.
Em 2021 a Câmara Municipal instalou uma Comissão Especial para apurar as denúncias de irregularidades da empresa, sobretudo as relacionadas com excesso de passageiros em plena pandemia da Covid-19 e diminuição de horários de ônibus. A ViaSul comprometeu-se a resolver a situação e satisfez os vereadores. Um dos argumentos expostos à Comissão Especial pela empresa foi a queda de receita decorrente da redução de passageiros nos primeiros meses da pandemia. A ViaSul chegou a encaminhar para a Prefeitura solicitação de reajuste das tarifas ou outra forma de auxílio financeiro, a fim de cobrir prejuízos desse período, superiores a R$7,5 milhões.
As ameaças da capivara e do carrapato-estrela
A ameaça do carrapato estrela, espécie comum no Brasil e hospedeiro de capivaras chegou nas rodas de conversa de Itaúna, especialmente após a inauguração do novo prédio da Prefeitura. A lagoa, próxima do centro administrativo, tem como habitantes diversas capivaras. O carrapato-estrela é um vetor de diversas doenças como a febre maculosa.
A figura das capivaras no Boulevar Lago Sul é motivo de brincadeiras das pessoas e, até, de uso oficial em campanhas da Assessoria de Comunicação. No entanto, a existência do carrapato-estrela e o seu vínculo com as capivaras onde quer que elas estejam, não têm graça. Em abril de 2021 um homem de 33 anos morreu em Itaúna por causa da febre maculosa. A Secretaria de Saúde alertou os cidadãos para o problema e os cuidados em locais onde pode haver carrapatos e a vítima teria sido picada por um desses carrapatos dias antes dos sintomas da doença se manifestarem.
Passeios perigosos
As calçadas nas ruas de Itaúna são, muitas vezes, barreiras para a locomoção de pessoas, principalmente idosos, condutores de carrinhos de bebês e deficientes físicos. Os buracos, os degraus e as irregularidades dos passeios somam-se à falta de empatia de muitas pessoas que usam as calçadas para depósito de material de construção, montanhas de lixo, estacionamento de veículos e a colocação de cadeiras e mesas. Também falta fiscalização por parte do poder público.