Problemas financeiros do Hospital Manoel Gonçalves são antigos, assim como as ameaças de fechamento da instituição

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A crise financeira da Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira não é de hoje. Em outros tempos os jornais “Folha do Oeste”, “Brexó” e outros, noticiavam com frequência os problemas decorrentes da falta de recursos financeiros e as campanhas promovidas pela instituição e entidades locais a fim de acudir o hospital de Itaúna. Eram realizadas rifas, bingos, festas beneficentes e doações espontâneas que pipocavam por toda a cidade através de inciativa de empresários comerciantes e profissionais liberais.

Em janeiro de 2015, a direção do Hospital noticiou que havia uma dívida de R$ 5 milhões ao explicar que “as Santas Casas e hospitais beneficentes amargavam déficits financeiros assustadores”. À época, o hospital queixou-se de atrasos nos pagamentos de fornecedores, com o acúmulo de novas despesas com juros bancários, sem previsão de serem quitados.

Em junho de 2021, em plena pandemia da Covid-19, a instituição entrou em colapso quando se chegou a 160% de sua capacidade de internação. Sem estrutura física para ampliar instalação de leitos, a direção alertou que não teria condições de mais vagas para internações. E explicou que houve muitos gastos extras em 2020 para atender a pacientes com Covid, que estrangularam as poucas reservas financeiras do hospital.

A situação de falta de recursos do Hospital Manoel Gonçalves, embora seja um problema administrativo tratado pela diretoria, tem afetado a população que, ciente da gravidade, teme pelo fechamento da instituição. Isso, sem contar que os déficits financeiros impactam negativamente o atendimento médico-hospitalar, atingindo especialmente as pessoas de menor poder aquisitivo.

Para o equilíbrio das contas da Casa de Caridade é preciso que haja revisão e adequação da tabela de procedimentos pagos pela União a hospitais filantrópicos que atendem a população pelo sistema Único de Saúde (SUS), que não é reajustada desde 2008, com uma defasagem que chega a ser superior a 200% em relação aos preços do mercado. Esta defasagem tem levado o Hospital a atuar no limite de suas condições orçamentárias e operacionais. Outro fator importante são os valores abusivos cobrados por laboratório de insumos elementares como EPIs, soro, oxigênio e materiais médicos e medicamentos que tiveram grande elevações.

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