Delegacia da Mulher lança programa de assistente virtual para denúncias de violência

Aplicativo de WhatsApp estará conectado com órgãos de segurança, como as Polícias Civil e Militar, 24 horas por dia

0
656

Com a presença de autoridades da Polícia Civil de Itaúna e da região, do comandante da Companhia Independente da Polícia Militar, major Alexsandro Souza e de lideranças de entidades de defesa dos direitos da mulher e da criança e do adolescente, foi lançada na tarde de quinta-feira (30), na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas de Itaúna, o programa de assistente virtual de combate à violência contra as mulheres.

Denominado “Chame a Frida”, o aplicativo de WhatsApp, disponibilizado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher em Itaúna, sob o comando da delegada Luciene Flávia Junqueira Caldas, é uma ferramenta destinada a facilitar as denúncias de abuso, maus tratos e outras formas de violência. O programa pioneiro como aplicativo de internet, via celular, foi criado em 2020, em plena pandemia da Covid-19, por uma escrivã de polícia, Ana Rosa Campos, na Delegacia de Manhuaçu, e tem sido copiado por várias outras cidades brasileiras, além de receber alguns prêmios até mesmo fora do país.

Em geral, as mulheres vítimas de violência não possuem instrumentos e, muitas vezes, não dispõem de espaços e oportunidades para denunciarem as agressões, uma vez que o agressor mantém grande vigilância sobre as vítimas. O aplicativo é fácil e se conecta diretamente, através de uma atendente virtual, com os órgãos de segurança, como a Delegacia e a Polícia Militar. A atendente virtual está programada para recolher os dados informados pelas vítimas e responder aos comandos digitados na tela de conversa com orientações.

As mulheres fazem o contato pelo número (31) 9370-0990 e obtêm informações sobre o funcionamento e a solicitação de medidas protetivas e como proceder, caso o agressor não as cumpra. Além disso, poderão se informar sobre ordens judiciais expedidas, tirar dúvidas acerca da Lei Maria da Penha e os procedimentos que deverão ser tomados em casos de agressão.

Frida Kahlo, que não deve se calar

Na apresentação do aplicativo, a delegada Luciene afirmou que quando foi criado, em 2020, as residências eram, muitas vezes, verdadeiras panelas de pressão prestes a explodir em violência contra mulheres e crianças. Hoje, as denúncias que resultam em medidas protetivas e na punição dos agressores, têm encorajado outras mulheres a não se calarem diante da violência. O programa “Chame a Frida”, em homenagem à Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón (1907-1954), pintora mexicana conhecida pelos seus muitos retratos, autorretratos, e obras inspiradas na natureza e artefactos do México e, também, uma vítima de agressão masculina, é mais uma medida de proteção às mulheres e estará sendo divulgado em todos os espaços no município.

Que as mulheres possam estar protegidas

O delegado responsável pelo 7º Departamento de Polícia Civil de Minas Gerais, Flávio Destro participou do evento e ressaltou a importância do aplicativo para que as mulheres tenham a certeza de que existe mais uma ferramenta para sua proteção contra a violência doméstica. Flávio Destro elogiou o trabalho das estagiárias e dos demais profissionais da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Itaúna, sob a coordenação de Luciene Caldas, por essa iniciativa. A proposta também foi elogiada pela vereadora Edênia Alcântara (PDT), que é presidente da Comissão dos Direitos da Mulher na Câmara Municipal e membro do  Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. A dirigente do Conselho, Cristiane Lara, servidora da Secretaria de Municipal Desenvolvimento Social, afirmou que o órgão está à disposição da Polícia Civil nessa empreitada.

Estavam presentes ainda no encontro de lançamento do programa “Chame a Frida”, o delegado Leonardo Pio, o ex-prefeito Eugênio Pinto, a assessora da vice-prefeita Gláucia Santiago, Adriana Souza Fonseca; a gerente superior de Trânsito e Transporte de Itaúna, Cíntia Valadares, a representante do Conselho Tutelar, Amanda Moura e servidoras da Secretaria de Desenvolvimento Social.  

Diretora diz que aluna de escola estadual pode estar sendo vítima de violência sexual em casa

No lançamento do programa de assistente virtual de combate à violência contra as mulheres, na tarde de quinta-feira (30), na sede da CDL, a diretora da Escola Estadual Professora Gilka Drumond de Faria, no bairro Nogueira Machado, denunciou uma violência que tem sido praticada contra uma estudante, adolescente de 15 anos. A professora Daniela Brito revelou que há algum tempo tem notado a queda de humor da garota com baixo rendimento em suas atividades. E que, nos últimos dias, notou um quadro de depressão da menina, que sai da sala para chorar com frequência. Depois de alguma insistência, a adolescente confessou que está sendo vítima de violência sexual dentro da própria casa.

A diretora Daniela afirmou que comparecera àquele evento mais como uma forma de relatar a ocorrência do fato e solicitar ajuda policial. A delegada Luciene Caldas se prontificou a acolher a aluna da instituição e tomar todas as medidas para que o agressor ou agressores sejam punido. “Você fez bem em nos trazer esses relatos, agora peço que formalize a denúncia e deixe o resto conosco”, prontificou a delegada. O representante do 7º Departamento da Polícia de Minas Gerais, Flávio Destro, elogiou a postura da diretora Daniela e como a delegada, pontuou que os primeiros passos para a resolução do problema já foram dados. “Eu também sou pai de duas moças, tenho mulher, mãe, sei o que é respeitar as mulheres. Todas as mulheres. Irei acompanhar essa denúncia de perto e quero ver a solução”, prometeu.