Denúncias de despejo de esgoto no Rio São João e Ribeirão dos Capotos são debatidas na Câmara

Vereadores questionaram o gerente de Meio Ambiente e a diretora geral do SAAE e afirmaram que as investigações vão continuar

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A diretora geral do Serviço Autônomo de Água e Esgoto e Esgoto (SAAE), Alaíza Queiroz Andrade, e o gerente superior de Meio Ambiente da Secretaria Municipal de Regulação Urbana, Marcelo Nogueira, compareceram à  reunião dos vereadores na tarde de terça-feira (27) para responderem as denúncias feitas pelos parlamentares acerca do lançamento de esgoto em córregos da cidade. O vereador Antônio de Faria Júnior (PSDB), o Da Lua, vem fazendo essas denúncias há alguns dias e chegou a acionar a Comissão de Meio Ambiente do legislativo, presidida pela colega Edênia Alcântara (PDT), para apurar a responsabilidade pelos crimes ambientais.

Através de fotos e vídeos, inclusive publicados em rede social, o vereador mostrou enorme quantidade de esgoto sendo despejada no Rio São João e no Ribeirão dos Capotos. Além da agressão aos mananciais, o problema tem afetado a população que mora na proximidade desses lugares especialmente por causa do mau cheiro. Na reunião, a vereadora Márcia Cristina Santos (Patriota) também voltou a falar de um tema que tem sido frequente em suas explanações em plenário. Ela afirmou que durante a pandemia da Covid-19 a Prefeitura destruiu e não reconstruiu uma “mini Estação de Tratamento de Esgoto” na comunidade de Pedras e agora o esgoto está sendo jogado no rio. Esses equipamentos fazem parte do antigo Projeto Somma, de 1994, de revitalização, recuperação, conservação e preservação da flora das nascentes e cursos d’água pertencentes à sub-bacia do Rio São João.

Desassoreamento do São João e do Capotos

Tanto Marcelo, como Alaíza, admitiram a responsabilidade do poder público nas denúncias, embora disseram desconhecer alguns dos pontos apontados pelos parlamentares. Os profissionais afirmaram que o problema dos esgotos irregulares decorre das obras que estão sendo feitas pela Prefeitura para desassorear o Rio São João e o Ribeirão dos Capotos, mas que será resolvido nos próximos dias. Da Lua quis saber de uma data possível para a resolução do problema, para que ele possa repassar aos cidadãos, a diretora do SAAE confessou que é impossível falar de prazo diante da complexidade da situação.

“É preciso ver a extensão do problema, quais os pontos estão sendo afetados e, também, o atendimento a um cronograma de obras. Mais do que ninguém somos responsáveis pelo serviço e é nossa preocupação o meio ambiente e a saúde das pessoas.”, pontuou.

Comissão para avaliar impactos ambientais

O gerente de Meio Ambiente propôs que juntos, poder público e vereadores, formassem uma comissão para verificar mais de perto todos os problemas apontados pelos vereadores e avaliar os impactos ambientais. Alguns desses problemas, ressaltou, já foram solucionados essa semana.

O debate entre os vereadores e os responsáveis pelo Meio Ambiente e a autarquia SAAE demonstrou que os questionamentos sobre a agressão ao meio ambiente através do despejo de esgoto não foram satisfatoriamente respondidos e que as denúncias deverão continuar. A vereadora Edênia Alcântara afirmou que a Comissão de Meio Ambiente está investigando outras denúncias de crimes ambientais na cidade, como a supressão de árvores antigas na avenida Manoel da Custódia, no terreno onde está sendo construído um hipermercado. Marcelo Nogueira respondeu que, nesse caso, as árvores não puderam ser mantidas no projeto da construção do estabelecimento comercial pertencente à rede ABC.