Para o secretário municipal de desenvolvimento social, Élvio Marques da Silva, Itaúna vivencia uma condição diferente de muitas cidades do país. Enquanto tantos municípios apontam para o crescimento da população em situação de rua, Itaúna diminui os números dos que vivem sem teto e sinaliza para a questão do itinerante, estando a cidade na posição de lugar de passagem para essas pessoas que se dirigem a outros lugares. “Hoje, dia 30 de março de 2021, Itaúna conta com 28 pessoas em situação de rua. Desses números, 13 são nascidos no município, ou seja, têm residência e família, mas estão nessas condições”, observou o secretário.
Em algumas outras cidades do país, pessoas que vivem na rua não estão invisíveis para o coronavírus, como mostram reportagens da grande imprensa sobre a contaminação de mendigos e sem-teto pela Covid-19. Em Itaúna, segundo o secretário, apenas uma pessoa testou positivo, um homem, alcóolatra, com histórico de doença pulmonar, mas que foi atendido e hoje está curado. Marques informa que nas entidades parceiras da Secretaria, como o Albergue Fraterno Bezerra de Menezes, não há nenhum caso de contaminação pelo coronavírus. O secretário de desenvolvimento social faz questão de apresentar parte da equipe que cuida do Projeto Migrante, de abordagem social destinado às pessoas em vulnerabilidade social, constituída de assistente social, psicólogo, educador social e estagiários. “Todos os dias, parte dessa equipe percorre os pontos onde se encontram as pessoas que vivem na rua: na antiga prefeitura, na área externa do Espaço Cultural, próximo da rodoviária… Ali são prestadas informações, atendimento de demandas, realizadas conversas e procedidos os encaminhamentos necessários. Todos os dias”, ressalta.
Muitas dificuldades e falta de pessoal voluntário
Entidades que também cuidam do atendimento aos moradores em situação de rua de forma voluntária, como as ligadas às religiões, corroboram da fala do secretário com relação à doença do coronavírus. Marcílio de Assis, da Comunidade Mães e Filhos diz que não tem conhecimento de nenhum caso de Covid entre os que moram na rua. Também a professora Regina Glória, voluntária de um trabalho da igreja Católica, contou ao S’PASSO que não soube de nenhum morador em situação de rua testado positivo. As dificuldades por ela apontadas são muitas outras, de suas próprias condições de estarem na rua e de lhes faltar o básico no dia a dia. Regina também se queixa da falta de pessoas para o trabalho voluntário, especialmente nesses tempos de pandemia. “Do grupo que formamos, quando muito são cinco os que preparam e vão às ruas para distribuírem alimentos. Antes, este número era três vez maior. Continuamos as atividades e tomamos todos os cuidados no preparo e na distribuição dos alimentos para seguirmos nossos propósitos”, considerou.