Abril Azul conscientiza sobre o Transtorno do Espectro Autista

Profissionais que lidam com a educação de autistas, como NAIC e APAE, e pai de jovem diagnosticado relatam experiências

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O mês de abril é azul. É o mês de Conscientização do Autismo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, uma em cada 160 crianças no mundo tem Transtorno do Espectro Autista e o Abril Azul foi estabelecido para conscientizar as pessoas sobre o autismo, assim como dar visibilidade ao TEA.

Apesar das dificuldades de interação social, os autistas fazem parte da sociedade e têm os mesmos direitos de todos. Conhecer sobre o tema é uma das formas encontradas para diminuir a discriminação. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o TEA é um transtorno do desenvolvimento neurológico, caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos. Esses sintomas configuram o núcleo do transtorno, mas a gravidade da apresentação é variável. E embora não haja cura, o diagnóstico e intervenções precoces podem alterar o prognóstico e suavizar os sintomas.

Em Itaúna existe um programa de atendimento para a educação de crianças em situações especiais, o Núcleo de Atendimento Integral à Criança, da Secretaria Municipal de Educação. Também a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais desenvolve há muito anos atividades de integração de pessoas diagnosticadas com TEA. A instituição é referência de atendimento do autismo e, atualmente a maioria das crianças encaminhadas para Avaliação na APAE chega com suspeita ou diagnóstico de TEA, tem aumentado cada dia, não só em Itaúna mas no movimento das APAE’s em todo Estado.

Atendimento da rede municipal de educação

A coordenadora do programa NAIC, da Secretaria de Educação, professora Pauliane Aparecida de Morais, informa que as crianças e estudantes são encaminhadas geralmente pelas instituições educacionais. Os professores de Atendimento Educacional Especializado, juntamente com as pedagogas, quando observam a necessidade de uma avaliação e possível atendimento, preenchem o encaminhamento e enviam ao NAIC.

Os profissionais inicialmente fazem contato com os responsáveis pela criança, fazem a Anamnese para colher dados acerca do desenvolvimento e, se necessário, marcam os atendimentos.

O NAIC atende atualmente 15 crianças diagnosticados com TEA e oferece atendimentos com psicólogos, fonoaudiólogas, terapeuta ocupacional e psicopedagogos, além de assistente social.

Professor Wilson e o filho Willian fazem palestras sobre o Autismo

O professor de matemática José Wilson Fonseca Peixoto transformou-se num grande divulgador do Autismo e tem buscado consolidar a inclusão de pessoas com essa deficiência na cidade. Há alguns anos, o professor e seu filho autista Willian Peixoto, de 16 anos, percorrem escolas, entidades de classes e outras instituições fazendo palestras acerca da importância de conhecer o TEA.

Wilson Peixoto é de Carmo do Cajuru e professor nas redes estadual e municipal. Ele conta que o filho possui inúmeras habilidades, como falar vários idiomas: português, inglês, espanhol, italiano, alemão, francês etc; possui uma memória fotográfica fantástica e passeia com desenvoltura pela música, como cantor.

Pai e filho fazem palestras contando a trajetória de Willian como aluno de sucesso na escola regular pública e os desafios enfrentados no dia a dia para conseguir garantir-lhe todos os seus direitos como pessoa especial. Um vídeo apresentado nesses encontros ilustra a sua história desde bebê, com depoimento do pai, da mãe e da irmã. As palestras têm como objetivo passar informações principalmente para profissionais que atuam na área da educação sobre os direitos da pessoa com deficiência, além de mostrar a importância da presença da família na vida e no tratamento do TEA.

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