Candidato a deputado federal Lincoln Ferreira (Patriota)

“A saúde brasileira necessita ser tratada de forma tão estratégica para o país, quanto o são as suas Forças Armadas”

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O médico itaunense Lincoln Lopes Ferreira, 63, é candidato a deputado federal pelo partido Patriota. Ele atua como cirurgião geral, médico gastrenterologista e gestor de saúde por 40 anos. Percorreu o Estado, o Brasil e diversos países, como representante da Associação Médica de Minas Gerais, Associação Médica Brasileira, Confederação Latino-americana e do Caribe de Associações Médicas e a Associação Médica Mundial. Nesta entrevista ao Jornal S’PASSO, ele escreveu que “agora se descortina um novo percurso por uma cadeira no Congresso Nacional, seguindo os mesmos princípios éticos e morais que nortearam minha carreira.  Convido a todos para se juntarem a esta jornada por uma saúde mais qualificada e acessível para a população brasileira”.

Jornal S’PASSO – Como está a campanha? Itaúna é um núcleo importante para sua candidatura? Por que? Qual é a sua ligação com a cidade e com que frequência vem aqui? Qual é a sua grande motivação para se candidatar a deputado federal?

Lincoln Ferreira – A campanha vai muito bem, com uma enorme aceitação onde ela é anunciada. Graças à trajetória destes 40 anos dedicados à causa da saúde e da medicina, e às propostas elaboradas, temos angariado inúmeros eleitores em todo o Estado. A evidência disso é a pesquisa divulgada pela Folha de São Paulo em 25 de agosto, que nos posicionou em 57º lugar no ranking de Popularidade Digital, em Minas Gerais, entre 619 concorrentes ranqueados à Câmara dos Deputados. O levantamento avaliou a popularidade dos candidatos nas redes sociais Facebook, Instagram e Twitter e é um indicativo da intenção de voto do eleitorado mineiro.

Itaúna é extremamente importante para minha candidatura. Não apenas nasci em Itaúna, onde passei toda a minha infância e adolescência e onde tenho família e inúmeros amigos, mas também porque a cidade representa o alicerce sobre o qual sempre me apoiei ao longo da minha trajetória pessoal profissional.

No exercício da presidência da AMMG, da AMB e da Confemel, e ao participar do Conselho da Associação Médica Mundial, nunca deixei de me ver como itaunense genuíno que sou. Venho a Itaúna com frequência. Nos anos 90, quando introduzimos a cirurgia videolaparoscópica na cidade, estive inúmeras vezes. Mais recentemente, já no novo milênio, com a introdução da cirurgia bariátrica, a indicação de administradores para o Hospital e a gestão junto ao Ministério da Saúde para a aprovação do centro de tratamento oncológico de Itaúna, também estive presente por várias vezes na cidade. Gostaria de registrar, com muita satisfação, que também participei, enquanto diretor da AMMG, da formatura das primeiras turmas de Medicina da Universidade de Itaúna.

Após 40 anos dedicados à medicina e à saúde, após 15 anos atuando como produtor rural no Alto Paranaíba, e após 11 anos liderando entidades médicas, entendo ter adquirido a bagagem, a visão ampla, a experiência necessária, e a disposição para atuar no Congresso Federal através da proposição e discussão de políticas públicas que propiciem o aperfeiçoamento da assistência à saúde e do aprimoramento do setor agropecuário. Este por sua vez, também essencial para a saúde, enquanto produtor de alimentos abundantes e de qualidade em uma lógica sustentável.

Jornal S’PASSO – O senhor é ligado à saúde e suas pautas passam necessariamente por este setor. Como deputado federal o que pretende fazer para melhorar a saúde no país? Especificamente no município, o que os itaunenses poderão esperar do seu trabalho? O senhor tem conhecimento da situação de dificuldade financeira que ameaça a gestão do Hospital Manoel Gonçalves? O que fazer para salvar essa instituição?

Lincoln Ferreira – A saúde brasileira necessita ser tratada, e a pandemia nos mostrou isso com clareza, de forma tão estratégica para o país, quanto o são as suas Forças Armadas. E nesse aspecto, a saúde precisa ser estruturada como política de Estado, com propostas de médio e longo prazo e não mais de maneira fragmentada, quando não errática, enquanto política de governo. Desta forma, urge a implantação de uma política para os seus recursos humanos da mesma forma que a hoje existente nas Forças Armadas. Precisamos, ainda, em respeito ao artigo 197 da Constituição que reza: “são de relevância pública as ações e serviços de saúde[…]”, fazer valer o preceito constitucional no qual o poder público considera a saúde como o único serviço de relevância. Consequentemente, o planejamento e alocação adequados de recursos na saúde são preceitos constitucionais e que nos cabe fazer valer uma vez no Parlamento.

Além das contribuições que pude fazer ao longo dos anos e já citadas anteriormente, entendo que Itaúna, como uma referência regional, que abriga além de uma faculdade de Medicina outros importantes cursos na área da saúde, necessita de uma instituição hospitalar totalmente voltada para o ensino, e que considero um avanço importante para a assistência à saúde em nossa cidade.

Tenho pleno conhecimento da complexa situação financeira por que passa, não apenas o nosso Hospital Manoel Gonçalves, mas também diversas outras instituições de saúde que visitei, enquanto Andarilho da Saúde que sou, percorrendo todo o Estado. Como em todas as instituições de saúde, os processos de gestão são fundamentais para propiciar não apenas economia de recursos e prover ganhos adicionais. Desta forma, as soluções passam pelo controle mais rigoroso dos tempos médios de internação, pelo aperfeiçoamento da gestão de pessoal, e pelo estabelecimento de fluxos adequados de remuneração tanto do setor público quanto do privado. Outro ponto importante é constituir uma relação com a comunidade, na qual a instituição passe a ser vista como um patrimônio do cidadão itaunense, à semelhança do que já ocorre em outras cidades, como em Passos, em que várias mobilizações e programas de favorecimento são realizados com vistas à preservação ou a melhoria de seus hospitais.

Jornal S’PASSO – Além da saúde, quais outras áreas estão na pauta de suas propostas para a Câmara Federal?

Lincoln Ferreira – Além da saúde, como já disse, sou produtor rural. Consequentemente, trabalhar para a formação de mão de obra qualificada, para o provimento de recursos de financiamento e custeio das safras, para a estruturação do escoamento da produção agrícola, para a prevenção dos incêndios florestais e para a preservação de nascentes, das matas ciliares e dos recursos hídricos de forma geral, são propostas que pretendo levar para a Câmara Federal. Particularmente, já estou atuando na questão da efetiva implantação de um modal ferroviário, pátio para carga e descarga,no Alto Paranaíba, com objetivo de aumentar o transporte de grãos e fertilizantes por meio de ferrovias aliviando as estradas, melhorando a sua conservação e segurança.

Jornal S’PASSO – Vivemos um momento conturbado na política, com uma forte polarização. Como o senhor vê o cenário político no que diz respeito às eleições para presidente? A temperatura das campanhas está cada vez mais alta, com registro de violência física e muita intolerância, por causa do acirramento ideológico de grupos ligados aos candidatos Bolsonaro e Lula. Qual é sua análise?

Lincoln Ferreira – Minha visão pessoal, nem nenhuma pretensão de ser portador de verdades absolutas, é de que, com as ruas inundadas de pessoas nos recentes eventos do bicentenário, a próxima eleição tende a ser ganha pelo atual presidente Jair Bolsonaro. Entendo ainda que política é o debate de ideias, é a arte do convencimento e do diálogo, e, na minha opinião, a radicalização é profundamente nefasta não apenas na política, mas também na religião, no esporte, e em outros temas. Ou seja, eu entendo que agredir fisicamente, transformar adversários em inimigos, e tentar anular o pensamento contrário, são meios rudimentares e primários daqueles que não tiveram acesso mínimo à educação ou não atingiram o nível de cidadania necessário para a vida em comunidade. Portanto, me posiciono de maneira muito firme e veemente, até por ter dedicado toda a vida à preservação da saúde e integridade do ser humano, contra todo e qualquer tipo de agressão ou violência física.

Jornal S’PASSO – Qual é a avaliação do senhor sobre os governos Romeu Zema e Jair Bolsonaro? Com quem está caminhando?

Lincoln Ferreira – O governador Romeu Zema enfrentou muitas crises. Recebeu um Estado falido e, somado a isso, tivemos o rompimento das barragens das mineradoras e a pandemia da Covid-19. Em todas as situações, o governador sempre soube se portar de maneira adequada e, literalmente, tem conseguido colocar o Estado de Minas Gerais nos trilhos. Portanto, não apenas sou um admirador, como sou também um apoiador de primeira hora do governador Romeu Zema neste pleito. Da mesma forma, enquanto presidente da AMB, tive o privilégio de desenvolver um relacionamento muito bom com o presidente Jair Bolsonaro. Enquanto seres humanos, nenhum de nós é perfeito, mas na somatória de erros e acertos, entendo que o presidente e sua equipe têm conduzido de maneira adequada o país, e os atuais números da economia, dente outros indicadores, o demonstram objetivamente. O Brasil também tem se destacado com números positivos no cenário internacional. Portanto, da mesma forma que declarei estar junto com o governador Zema, também declaro estar junto ao presidente Jair Bolsonaro, nesta campanha.

Jornal S’PASSO – Mais especificamente de Bolsonaro, como o senhor avalia a críticas que ele faz ao processo eleitoral ao colocar em dúvida a confiança nas urnas eletrônicas?

Lincoln Ferreira – Nossa sociedade tem algumas questões muito primárias a serem resolvidas. A transparência no processo eleitoral é uma delas. Já existia, em leis anteriores, a disposição para que fosse criado um mecanismo de auditoria das urnas, o que infelizmente foi modificado posteriormente, sob forte interferência do Judiciário. Isso gerou toda essa série de críticas do presidente. Na minha opinião, também não vejo porque as urnas não pudessem mostrar ao eleitor o voto impresso. Posteriormente, eles seriam usados não para a contagem voto a voto, mas sim para uma auditoria por amostragem pós-eleitoral ante qualquer contestação por parte dos concorrentes. Isto lamentavelmente não ocorreu e vamos ter o sistema exclusivamente eletrônico. Ou seja, infelizmente, é um sistema hoje passível de crítica. Eu diria até que não exclusivamente por parte do presidente Bolsonaro, apesar de ele ser o principal crítico, mas de todos os envolvidos neste pleito.

Jornal S’PASSO – Qual é a sua opinião acerca da polêmica sobre o uso ou não do fundo partidário? E, no seu caso, como está sendo distribuído pelo seu partido em Minas Gerais?

Lincoln Ferreira – Ao termos uma destinação legal de dinheiro público para financiamento de campanhas políticas, o objetivo é obter uma equalização dos direitos de representação. Na democracia se espera uma pluralidade e uma representatividade maior na câmara dos deputados. Por outro lado, se estamos destinando recursos públicos para financiar uma eleição, considerando que a fonte é única, o Tesouro Nacional, alguns setores deixarão de ser contemplados, ou a população terá que pagar mais impostos, o que evidentemente ninguém quer. De outra forma, extinguir os fundos partidários proporcionaria a volta ao cenário anterior, no qual o capital se impunha em termos de expressão no Parlamento Brasileiro pela sua capacidade de financiar campanhas e eleger múltiplos parlamentares para representar os seus interesses. Na minha visão, o fundo parlamentar é importante e deve ser preservado, porém em valores não tão expressivos quanto os atuais. Até porque candidaturas e propostas consistentes lançam mão de recursos importantes para conseguirem financiadores, através de seus méritos, como as ferramentas de crowdfunding ou vaquinhas eleitorais.

Fico orgulhoso em dizer que a minha vaquinha foi listada entre as 10 maiores do Brasil e terceira maior entre os candidatos de Minas Gerais, de acordo com o Jornal  Estado de Minas. No caso do Patriota, o partido tem investido o fundo eleitoral nas campanhas de seus candidatos conforme o que foi acertado no momento da filiação. Termino dizendo que minha campanha é baseada em voto de opinião, construída em conjunto com colegas médicos, profissionais da saúde, produtores rurais e sociedade civil e bastante espartana no que tange aos recursos, que, de resto, são públicos e podem ser consultados no site do TSE.

Jornal S’PASSO – A sua campanha conta com dobradinha com um candidato a deputado estadual também ligado a Itaúna?

A minha campanha conta com apoio de deputados estaduais ligados ao setor das Santas Casas, importante inclusive como uma das soluções possíveis para este segmento, dentre os quais se incluem o nosso hospital Manoel Gonçalves, e também de candidatos ligados ao agronegócio na região do Alto Paranaíba.

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