Candidatos apostam na herança política e buscam repetir performances de antecessores

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Itaúna sempre teve herdeiros políticos. Alguns, bem sucedidos, outros tantos, muitos convencidos e senhores de resultados pífios. Há quem acredite na transferência de votos de pai para filho, entre irmãos, de marido e mulher e até mesmo, entre namorados. Alguns, não satisfeitos com a afinidade parental, tomam emprestado o nome do antecessor bom de voto e fazem uso da máxima: filho de peixe, peixinho é. Mas, como diz o outro, o que faz um peixe? Nada.

O exemplo mais emblemático de herdeiros políticos está lá em Brasília, com senadores, deputados, suplente disso, suplente daquilo, ministros, secretários, aspones… O presidente da República, por exemplo, emplacou três dos cinco filhos e fez deles bons herdeiros de votos. Dizem que um terceiro está sendo preparado para também abocanhar dividendos eleitorais – e os bônus do poder.

Por aqui, em Itaúna, as poucas lideranças políticas – do passado e dos dias contemporâneos – não foram pródigas em herança política. Passeando pela história do Município, não temos registros de que filhos repetiram a performance dos pais políticos. Mário Matos, Oscar Corrêa (ainda que o filho Oscarzinho tenha se insinuado em disputas eleitorais com relativo sucesso), Zezé Lima, Miguel Augusto (este sucessor do pai Dario e do avô Augusto Gonçalves), Milton Penido, Célio Soares de Oliveira, João Viana da Fonseca, Nélson Ferreira, Antônio Italiano, Walter Marques da Silva, Marcos Lima, Guaracy Nogueira, Cássio Gonçalves, Francisco Ramalho, Osmando Pereira da Silva, não fizeram sucessores. Houve tentativas, mas foram insignificantes, verdadeiras pinoias. “Eu sou herdeiro político do papai”, dizia um candidato a vereador tempos atrás, prometendo repetir a façanha eleitoral do progenitor, um dos mais votados da sua época. Não conseguiu mais que algumas dezenas de votos e jamais foi suplente do suplente de algum candidato. Outro tentou, até, usar o nome com que o pai fora eleito em diversos mandatos. Parece que os amigos e familiares o demoveram da ideia, pois não chegou a registrar a candidatura.

Filho de peixe…

As eleições de 2020 trazem algumas candidaturas hereditárias. Duas delas disputam a prefeitura: Neider Moreira e Gláucia Santiago. O filho do ex-prefeito Jadir Marinho de Faria quer ser reconduzido ao executivo para o segundo mandato. A candidata a vice-prefeita, vereadora Gláucia Santiago – em duas representações no legislativo – não esconde que seu grande mestre político foi o pai, o ex-prefeito Hidelbrando Canabrava Rodrigues, o Bandinho. Também concorre à prefeitura o sobrinho do ex-prefeito Osmando Pereira da Silva, Emanuel Ribeiro, embora dê mostras de que não deseja colher frutos deste parentesco. E, noutra chapa pelo executivo municipal, outro legatário político. Falamos do candidato a vice-prefeito, Marcos Penido, filho da ex-vereadora Hilda Penido. O vereador Hudson Bernardes quer emplacar seu terceiro mandato e admite que segue a liderança do seu irmão, Marcinho Bernardes, que o precedeu na Câmara por quatro mandatos. Outros postulantes a um mandato parlamentar são filhos de políticos, aposentados ou na ativa: Gustavo Barbosa é filho do ex-vereador Delmo Barbosa; Vitor Rosse, do secretário municipal Rosse Andrade; Rafael Alemão, do ex-vereador Maurício Aguiar; Alexandre da Madeireira, do ex-prefeito Osmando; André Penido, da ex-vereadora Hilda Penido; Mônica Corradi, do Tuca Corradi; Pedrinho Alberto, do antigo vereador Pedro Alberto e Gabriel Gonçalves, do ex-vereador Hely Gonçalves de Souza.

Na cola do marido, ou da esposa

E por aqui também temos políticos que tentam transformar em votos sua afinidade conjugal. A vereadora Otacília Barbosa, candidata a prefeita, aposta na eleição do companheiro Thiago Aníbal. A viúva do ex-vereador Maurício Casa Velha, Bete Morais, está na disputa ao legislativo e o heterônimo “Casa Velha” ficará com ela até às urnas. O parlamentar Iago Souza não se deu bem com o parlamento e até parece que pegou antipatia pelo mandato. Mas, sua deserção só não é completa porque a namorada, Carol Faria, registrou candidatura a uma cadeira na Câmara, sem esconder a influência de Iago Pranhana.

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