A Prefeitura está viabilizando a reativação do Centro da Juventude, que foi criado no início do governo Neider Moreira (PSD) pelo então secretário de Desenvolvimento Social, Élvio Marques da Silva. O projeto perdeu força e praticamente deixou de existir nos últimos anos. Foram várias as reclamações e críticas endereçadas à Secretaria de Cultura que atualmente é a responsável pela entidade, pela inoperância do Centro da Juventude.
Na semana passada a prefeitura encaminhou projeto de lei denominando um novo espaço destinado a projetos juvenis como “Centro da Juventude Bianca Nogueira de Souza Bernardes”, situado na rua Zezé Lima, 454 – centro – próximo da antiga fábrica de tecidos Cia. Industrial Itaunense.
Uma das principais apoiadoras do projeto do Centro da Juventude, a vereadora Edênia Alcântara (PV), disse ao Jornal S’PASSO que ainda não conhece o novo espaço e também não sabia da iniciativa em homenagear o local com o nome da jovem Bianca, “uma justa iniciativa”.
Quem foi Bianca?
Bianca Nogueira de Souza Bernardes, nasceu dia 23 de abril de 1990, filha de Wirlene Nogueira de Souza (in memorian) e Sinval Bernardes. Concluiu o ensino médio no SESI e iniciou a faculdade de Turismo na Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP, onde atuou na produção do Festival de Inverno. Sempre esteve envolvida com a cultura de Itaúna, na área de produção, e dentre as suas contribuições para a cultura local podem ser citado o projeto “A Cidade Conversa”, onde a mesma foi uma das fundadoras.
O projeto “A Cidade Conversa”, coletivo de arte, foi criado em agosto de 2013 com o objetivo de promover apresentações de bandas autorais no coreto da Praça Dr. Augusto Gonçalves. Ao lado dos demais organizadores, Walmir Júnior, Mairon Alves e Matheus Tarabal, Bianca realizou diversas edições do projeto com recursos próprios, inicialmente sem patrocínio ou apoio das leis de incentivo, ampliando, ao longo dos anos, as atividades oferecidas ao público, como varal de poesias, bibliotecas, fotografias, artesanato, dança, teatro, entre outras, sendo todas de forma gratuita.
Integrou ainda o Coletivo Punho Cerrado, grupo formado por músicos e artistas itaunenses para a promoção de eventos com a apresentação de bandas e artistas autorais e independentes.
O objetivo do grupo era tornar Itaúna uma cidade com mais arte, irreverência, diversidade e respeito. Através da criação do Coletivo Punho Cerrado, surgiu a ideia de criação da sede do grupo, a Casa de Cultura Abarcar, da qual Bianca também esteve à frente junto com os demais artistas do coletivo, cuja a sede era na Avenida Getúlio Vargas e perdurou por um ano (2016), com o mesmo objetivo de promover apresentações e expressões artísticas da cena alternativa.
No dia 13 de janeiro de 2016, Bianca morreu de forma inesperada, aos 25 anos, e deixou, além de seu pai, dois irmãos, Miguel e Bárbara Bernardes Yanagita e três sobrinhos, Davi, Henrique e Noah.
Bianca era uma pessoa conhecida pelo seu sorriso e felicidade, tinha inúmeros amigos em todos os círculos e grupos sociais. Como forma de homenagem, sua família optou por manter ativa sua página no Facebook.