Chuvas intensas continuam causando estragos em vários pontos de Itaúna

Prefeito Neider fala da situação de calamidade, da exploração política de alguns pré-candidatos e da grande obra que precisa ser feita em todo o canal da Avenida Jove Soares

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As águas estão caindo com muita força e grande volume na cidade e os estragos estão sendo colocados em vídeos e fotos nas redes sociais desde o início da semana. O primeiro grande temporal aconteceu na tarde de terça-feira (31) arrancando árvores, destruindo telhados e muros e inundando casas e pontos comerciais. Em quase todos os lugares, o temporal tem causado danos estruturais e muitos prejuízos materiais, como a perda de veículos e imóveis. Os lugares onde a chuva tem causado mais problemas são a avenida Jove Soares e áreas próximas aos principais córregos do município: Rio São João, Capotos, Joanica e Sumidouro: nas avenidas JK, Manoel da Custódia, Castro Alves, Boulevard, próximo do Estádio José Flávio de Carvalho, da Rodoviária e também na Praça Dr. Augusto Gonçalves.

Enquanto muitas pessoas, dos setores públicos e privados, estão trabalhando e oferecendo ajuda – com pontos de apoio e de coletas e doação de materiais –, políticos e pretensos candidatos às eleições 2024 usam a situação para criticar o poder público e fazer palanque eleitoral. O tempo todo as autoridades da Defesa Civil estão divulgando informações e alertas em consonância com o Corpo de Bombeiros e Polícia Militar para que as pessoas evitem lugares mais propensos a inundações, queda de árvores e desmoronamentos. Trabalhadores e máquinas da Secretaria de Infraestrutura e SAAE estão nas ruas fazendo os reparos e cuidando de desobstruir os lugares interditados por quedas de árvores e de encostas e excesso de sujeira.

O palanque eleitoral é inevitável

Em resposta a essa situação o prefeito Neider Moreira (PSD) afirma que a exploração política dos opositores já conhecidos e os de ocasião é inevitável. “Mas o prefeito não possui uma vara de condão de regular a chuva. Quando a chuva cai da forma que está caindo, e a gente sabe que isso acontece em função das mudanças climáticas, não tem o que fazer. O que o prefeito pode fazer? O que podemos fazer é dar o suporte para minimizar os impactos da chuva. As pessoas que estão tendo perdas, e eu fico muito triste com isso, porque elas trabalham de sol a sol para adquirir seus bens, mas, infelizmente, o poder público não tem como resolver isso. Legalmente não tem o que fazer”, pondera.

Obras de reparos na Prainha são muito demoradas e custarão mais de R$ 80 milhões

Neider afirma que a grande obra de reparos às inundações da avenida Jove Soares (Prainha) precisa ser realizada para conter a bacia do Sumidouro. “É uma obra necessária e caríssima. O projeto ficou pronto há dois meses e nós pagamos com um financiamento feito junto à Caixa Econômica Federal. O projeto está concluído, precisamos agora conseguir os recursos para fazer o serviço, pois será uma obra que demandará uns dois anos para ser concluída e que custará algo em torno de R$ 80 a R$ 85 milhões. Então, não é simplesmente fazer a obra, tem que ter o dinheiro para fazer. Temos que estar com o dinheiro disponível porque o transtorno durante a execução dessa obra será enorme. Vamos ter que abrir todo o canal e a bacia de contenção. É uma obra muito complexa e extremamente demorada. Os transtornos durante o período de execução serão grandes, inclusive para o comércio da Jove Soares, não é somente para o trânsito. Por isso, terá que ser feita de maneira modular, começando perto do Rio São João e subindo”, explica.

Teremos muitos problemas por causa das mudanças climáticas

Para o prefeito Neider, muitas pessoas falam sem ter a menor noção do que está sendo feito e do que deverá ainda ser feito. Não sabem o que já foi estudado para se fazer.  “Vamos ter tempestades desse tipo daqui para frente, em função dessas mudanças climáticas, isso é sabido. Os cientistas estão avisando isso há muito tempo. Enquanto o ser humano não parar de colocar essa quantidade de carbono na atmosfera, isso vai acontecer frequentemente”, considera.

Prainha vira novamente um mar de lama

Em vários pontos dessa extensa via, a Avenida Jove Soares, popularmente conhecida por Prainha, o mar de lama tomou conta da rua e de inúmeros imóveis, arrastando tudo que via pela frente, até mesmo grandes automóveis.

Um loteamento que está sendo feito na antiga fazenda do Paulo Viana, atrás do Estádio José Flávio de Carvalho, contribuiu para levar à avenida uma lama densa e de grandes correntezas. O prefeito Neider Moreira (PSD) afirmou que o loteamento tem causado transtornos para a avenida Jove Soares e os proprietários já foram notificados. “Mas a inundação da avenida se deu por excesso de chuvas concentradas em pouco tempo, coisa que deve se tornar frequente em função das mudanças climáticas”, pontuou.

Árvores centenárias vão ao chão

Várias árvores foram arrancadas pela raiz em diversos lugares da cidade, como na Praça da Matriz, em frente ao Edifício Maria Tereza; e na rua Professor Francisco Santiago. Um belíssimo ipê no imóvel da Escola Municipal Maria Augusta de Faria, no bairro Piedade, foi ao chão.

Melhor ponto comercial. Será?

Proprietários de lojas de automóveis e outros comércios instalados na Prainha ainda estão contabilizando os prejuízos pelas chuvas que caíram na cidade desde a tarde de terça-feira (31). A reportagem recebeu informações de que alguns empresários afirmam que não irão mais continuar atuando neste lugar, considerado, anteriormente, como “o melhor ponto da cidade”.

Veículos são levados pela correnteza de água e lama Vários veículos, pequenos e médios, são levados pelo mar de lama durante o temporal. Na “ponte quebrada”, o Ribeirão dos Capotos engole o veículo e o transforma em sucata.