Explosões de contaminações da Covid-19 preocupam, mas não ameaçam funcionamento do comércio e da prestação de serviços

O Jornal S’PASSO ouviu a opinião de diversas pessoas sobre o tema. É unânime que a situação exija tomada de decisões e continuidade dos protocolos de segurança

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Será que Itaúna voltará aos tempos das ondas vermelha e roxa, de grande restrição, onde as pessoas foram convidadas a ficarem em casa e os serviços não considerados essenciais impedidos de funcionar?  Com centenas de novos casos de infectados a cada dia, especialmente na semana passada, há quem acredite que o município voltou aos piores momentos da pandemia da Covid-19. É certo que os altos números de contaminações pela Ômicron e o acentuado aumento de ocupação de leitos no Hospital Manoel Gonçalves podem levar Itaúna a retornar com medidas restritivas, inclusive reduzindo o número de frequentadores em locais onde são comuns as aglomerações. O Jornal S’PASSO dirigiu a seguinte pergunta a várias pessoas na cidade buscando ter um amplo leque de opiniões acerca desse tema. “Você acha que é possível novamente o fechamento de setores do comércio e outros serviços essenciais?

Fernando Meira de Faria, secretário municipal de Saúde, disse que Itaúna está seguindo todos os outros municípios de Minas e do Brasil e vivenciando um dos momentos mais graves de incidência da variante Ômicron. Na sua avaliação, essa semana e na próxima, Itaúna terá o maior número de casos confirmados de contaminação do novo coronavírus. “O que a gente tem percebido é que com muito menos casos confirmados naquela época, nos picos de abril e maio, a gente teve uma ocupação muito maior dos hospitais com casos muito graves. Agora, estamos vendo uma ocupação grande de leitos, gradativa, dados os números de casos que estamos tendo, mas ainda não é tão grave como foi no ano passado”, afirmou.

Cuidados pessoais são importantes

Fernando Meira disse que o momento agora é focar nos cuidados, isolamento, testagem em casos de sintomas, na proteção dos contatos, insistir ainda nas medidas protetoras, como uso de máscara, lavagem de mãos, álcool em gel e restrição de atividades. “Percebo, tanto na fala do ministro da Saúde, quanto na do secretário estadual, que vamos continuar tendo picos altos de casos, mas acredito que haverá uma queda acentuada posteriormente. E penso que as orientações sejam de que não será necessário fechamento ou maior restrição das atividades, a menos que tenhamos um cenário de ocupação hospitalar preocupante”, pontuou.

Que Itaúna não tenha que tomar medidas mais radicais

O presidente da Associação Comercial Empresarial (ACE) e vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Itaúna (CDL), Afonso Henrique da Silva Lima, disse à reportagem que espera que Itaúna não tenha que passar por medidas mais radicais novamente. Mas que para que isso ocorra, é preciso que a população colabore com as medidas importantes para se evitar a propagação do vírus, como o uso de máscaras, evitar aglomerações e manter distâncias mínimas entre as pessoas.

Se o Hospital lotar, tem que fechar tudo

O médico cardiologista Alessandro Bao Travizani entende que se os hospitais esgotarem as vagas, não haverá outro caminho senão fechar tudo novamente. Na sua avaliação os picos elevados de contaminação ainda irão prevalecer por cerca de dez dias, com tendência a piorar. Algumas cidades já estão fazendo isso, contou ele.

‘Dona Regina’ reduz público, mas funciona com segurança

O proprietário da casa de shows ‘Espaço Dona Regina’, Geraldo Gabriel, o Gibi, voltou a afirmar que seu negócio está funcionando dentro dos protocolos estabelecidos pelas autoridades sanitárias do município e do estado, com atendimento a todas as regras de segurança. “Vamos tentar continuar funcionando, com as medidas de segurança necessárias, mas estamos reduzindo o público a fim de garantir o melhor para as pessoas. Penso que com a vacinação e o baixo número de óbitos, ainda que com a variante Ômicron, não haverá necessidade de fechamento e de maiores restrições”, considerou.

Ômicron é mais rápida, porém seus efeitos são mais leves

O presidente da Câmara, Alexandre Campos (DEM), esclareceu que é uma das pessoas que têm acompanhado a evolução da Covid-19 desde o início e percebido que a contaminação por meio da Ômicron é mais rápida. Mas ele acredita que com as pessoas sendo vacinadas a aceitação da doença é maior, em termos de imunidade, e a recuperação muito mais rápida, com menos complicações. “Acho que por agora não vejo razão de fechamento e para cancelar grandes eventos. Aqui na Câmara, por exemplo, estamos com as portas abertas, mas suspendemos as reuniões públicas – somente de forma on-line. No meu gabinete estou com dois funcionários afastados porque tiveram contato com outras pessoas de Covid”, esclareceu.

Vacinas salvam vida

Na opinião do vereador Nesval Júnior (PSD), líder do prefeito na Câmara, o crescimento de casos de Covid-19 em Itaúna é inegável, no entanto, ele avalia que as contaminações têm sido mais brandas, principalmente por causa da vacina. “Com isso, penso que temos que ter um equilíbrio entre os pontos de vista, financeiro e comercial e o da saúde. Acredito que o setor comercial já sofreu muito com os prejuízos financeiros, assim como muitas vidas se perderam ao longo desse período de pandemia. O momento agora é de cuidar, mas penso que não é o de fechar. O vírus circula sim e as pessoas têm que se cuidar, principalmente se vacinando. Aproveito para fazer um apelo para que todos busquem os PSF’s, o sistema de saúde e procurem pela vacina. A única forma de vencer essa pandemia é através da vacina”, salientou.  

Prefeito afirma que não vê motivos para fechamento

O prefeito Neider Moreira (PSD) afirmou que com o percentual de vacinados hoje com duas doses em Itaún é em torno de 77% e “não vejo possibilidade de fechamento, até porque essa semana os números começaram a cair, tanto de casos de contaminação quanto de ocupação de leitos. Não se justificam o fechamento e as restrições que tivemos que tomar nos momentos mais críticos da pandemia. Agora, é todos continuarem a se cuidar, atentos às observações das autoridades sanitárias e aqueles que ainda não se vacinaram, precisam se informar com relação às datas e locais das próximas doses do imunizante na cidade”, posicionou.

Sem Carnaval, Itaúna terá feriado

Ainda falando à reportagem do Jornal S’PASSO, o prefeito Neider disse que não haverá carnaval, já que as agremiações, acertadamente, não aderiram. Entretanto, ele não vê motivo para que sejam cancelados os feriados deste período. “Inclusive, já decretei ponto facultativo na segunda e terça-feira de carnaval. A prefeitura volta a trabalhar somente na quarta-feira. A não ser os serviços essenciais, como da saúde, que não têm como parar”, esclareceu.

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