Febre maculosa alerta autoridades e já matou duas pessoas em Minas

Crescimento da doença no estado é 28% maior em relação ao ano passado; Itaúna não registrou caso até o momento

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A febre maculosa já fez duas vítimas fatais em Minas Gerais este ano. Vários casos da doença estão sendo analisados em inúmeras cidades do Estado e a notificação do crescimento da doença, em 28% em relação ao ano passado, é um sinal de alerta para a Secretaria de Estado da Saúde. A febre maculosa é uma doença provocada pela bactéria Rickettsia rickettsii, encontrada no carrapato-estrela e que pode permanecer por mais de quatro horas na pele de uma pessoa. A fêmea desse inseto produz até 16 mil ovos. O carrapato transmissor da febre maculosa tem na capivara o seu hospedeiro primário. Outros são animais de grande porte, além de cães, aves domésticas, gambás e coelhos. Somente o carrapato transmite a doença e não há contaminação de pessoa para pessoa.

A febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável, desde as formas clínicas leves e atípicas até mais graves, com elevada taxa de letalidade. Os principais sintomas são febre alta e súbita, cefaleia, inflamação dos olhos, dor muscular e articular, mal-estar, dores abdominais, vômito e diarreia;

Em 2022 foram registradas 37 mortes e 53 casos da doença no país. No ano anterior, foram 43 mortes. Até o mês de maio o Brasil registrou 49 casos e seis mortes provocadas pela febre maculosa.

Tempo seco, propício para os carrapatos

Ainda não há registros de nenhum caso da doença em Itaúna, segundo o secretário municipal de Saúde, Fernando Meira de Faria. Ele relatou que periodicamente são feitas ações nos locais indicados como de maior risco para a presença do carrapato-estrela, tentando localizá-los.

Em caso positivo, os mesmos são encaminhados para análise na Fundação Ezequiel Dia – FUNED, para exames que demonstrem a presença ou não da bactéria. “Os carrapatos, no período de abril a outubro, que é de um tempo seco, saem do solo para aguardar hospedeiro para se alimentar e depois retornam ao solo para realizar a muda. São nessas fases que eles emergem do solo e atacam os seres humanos”, explicou.

Campanha de alerta no Parque das Capivaras

O secretário Fernando Meira informa que a Prefeitura instalou novas placas de advertência no gramado próximo da lagoa onde vivem as capivaras, denominado “Parque das Capivaras”. Também estão sendo providenciados materiais informativos para divulgar nas redes sociais orientando a população para os cuidados necessários nos lugares mais propensos à existência de hospedeiros, como às margens de rios, parques e zona rural.

“A febre maculosa tem tratamento. Então, é importante que toda população se conscientize e evite áreas gramadas, pastos, florestas locais esses que têm a presença de carrapatos. Se uma pessoa manifestar algum sintoma após ter frequentado esses lugares e/ou for picado por um carrapato, é de extrema importância procurar unidade de saúde e informar ao profissional”, orientou.