Sobre o repasse aos artistas locais da ‘Lei Paulo Gustavo’, por enquanto a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo realizou apenas reuniões com os possíveis candidatos ao benefício. O secretário Ilimane Lopes, o Joe, afirmou que “estamos apenas aguardando o Estado repassar o recurso para o município e nos programando para confecção dos editais”.
A Lei Paulo Gustavo, que homenageia o ator, humorista, diretor, apresentador e roteirista brasileiro Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros (1978-2021), que morreu vítima do coronavírus, dispõe sobre ações emergenciais destinadas ao setor cultural a serem adotadas em decorrência dos efeitos econômicos e sociais da pandemia da covid-19. Ela prevê o repasse de R$ 3,862 bilhões a estados, municípios e ao Distrito Federal para aplicação em ações emergenciais que visem a combater e diminuir os efeitos da pandemia sobre o setor cultural. Itaúna deverá ser contemplada com R$ 813.375,47 e o município tem até dezembro para distribuir os recursos.
Artistas e promotores culturais reafirmam importância dos recursos para as artes
Uma boa ajuda para os músicos
O músico e presidente da Banda de Música Sagrado Coração de Jesus, Walter Diniz Júnior, afirmou que vê com boa expectativa a aplicação da Lei Paulo Gustavo em Itaúna com os repasses financeiros para artistas e produtores culturais. E diz acreditar que a classe conquistará benefícios dessa lei sim, desde que os candidatos estejam aptos, com a documentação correta, cumprindo com os requisitos do edital. “A exemplo da Lei Aldir Blanc, o projeto feito pela Cultura foi muito bom e todos que participaram receberam recursos. Dessa vez, eu acredito que todos que forem participar vão receber, ainda que não seja um valor alto. Mas não deixa de ser uma ajuda para dar uma manutenção num instrumento ou comprar um equipamento. A Banda vai participar, a documentação está em dia”, opinou.
Um incentivo que vem em boa hora
O promotor de eventos Washington Damião também está otimista. “Acho que a Lei Paulo Gustavo veio para agregar muitos benefícios e, embora não sejam valores altos, já é um começo. Tenho participado das reuniões, da primeira e da segunda, e acho que esse incentivo vem em muito boa hora”, pontuou.
O dinheiro é do artista
A professora e produtora cultural, coordenadora da “Usina de Sonhos”, Bel de Abreu, explica que a Lei Paulo Gustavo é uma proposição que vem em socorro de artistas e fazedores de cultura devido aos impactos da pandemia.
“Ela é muito bem vinda e já era para estar sendo usufruída há mais tempo, mas, infelizmente, devido aos atrasos promovidos no governo Bolsonaro somente agora ela chega, depois de muita pressão. Assim que o Lula assumiu, ele deu andamento e pediu o pagamento imediato. Em Itaúna, as audiências públicas foram mínimas, somente duas, sendo que a primeira, com poucas pessoas, apenas ouvimos; na segunda, os grupos levaram demandas ao secretário de Cultura e Turismo para que sejam feitos os editais. Eu tenho participado ativamente das audiências do Comitê Estadual da Lei Paulo Gustavo. Na verdade, entendo que os artistas e promotores culturais têm sim que ser beneficiados. O poder público precisa fazer sua parte e viabilizar a aplicação da lei. O dinheiro é do artista”, esclareceu.
Projetos e oficinas de audiovisual para ampliar os benefícios da Lei
Para o ator, professor e diretor teatral Filipe Corrêa, a execução da Lei é de grande importância para os artistas e para a própria comunidade itaunense. “Uma oportunidade de renda e também de divulgação para a comunidade, que poderá prestigiar o trabalho dos artistas, como forma de contrapartida de cada atendido pela lei. Tenho participado das reuniões ativamente, reuniões essas que foram trazendo cada vez mais artistas interessados em se cadastrar e saber mais sobre os benefícios dessa lei, além de promover um encontro para que os artistas se conheçam melhor.
A lei vai sim trazer muitos benefícios para diversas vertentes artísticas de Itaúna, porém a maior parte da verba se destina aos profissionais de audiovisual, sendo assim, é importante que nossos produtores de audiovisual, possam também trazer oportunidades aos artistas itaunenses, fazendo com que mais artistas, que talvez não se enquadrassem nas especificações da lei, ou não tivessem o tempo necessário de comprovação do trabalho, possam também ter uma oportunidade de renda e de aparecerem no cenário cultural da nossa cidade. Outra sugestão é que sejam criados projetos educativos, cursos e oficinas, com foco em formar novos artistas, em especial os de audiovisual onde se concentra a maior parte da verba. Hoje, só no espaço cultural, tenho uma média de 60 alunos atores e atrizes que se interessam muito pelas artes e têm muita vontade de aprender”, considerou.
