Itaúna registra o primeiro caso de suposta intoxicação pela cerveja Belorizontina

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Uma cerveja criada para homenagear os 120 anos da capital mineira, apreciada pelo aroma floral e cítrico e também pelo baixo amargor, a Belorizontina deixou as colunas gastronômicas para as páginas policiais e virou o principal assunto da mídia nacional nos últimos dias. A bebida está sendo associada ao aparecimento de uma doença misteriosa, agora chamada de Síndrome Nefroneural, que inicialmente, provoca sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e dor abdominal e, em uma segunda fase causa insuficiência renal aguda.

Depois de uma série de investigações da Polícia Civil e órgãos da Saúde do Estado e Federal, foi comprovada que a cerveja está contaminada com dietilenoglicol, substância anticongelante usada na indústria de alimentos. Ontem, a Cervejaria Backer que produz a Belorizontina, entregou às autoridades um vídeo com indícios de uma suposta sabotagem. Até o fechamento desta edição, quatro mortes ocorridas desde dezembro em Minas estão relacionadas à intoxicação por dietilenoglicol, através da ingestão da cerveja Belorizontina.

Os pacientes, 48 horas após ter ingerido a bebida contaminada apresentam insuficiência renal e na fase neurológica, que surge com 5 a 10 dias de doença, perdem a visão, têm paralisia facial e degeneração das fibras musculares.

Quatorze casos suspeitos da intoxicação foram notificados e apesar do foco de contaminação estar na capital, notificações surgiram em Itaúna, Divinópolis e Arcos.

Preocupação

Na quarta-feira, dia 15, a internação de uma jovem de 23 anos foi registrada no Hospital Manoel Gonçalves. Ela e o namorado deram entrada sentindo dores abdominais, diarreias e vômitos. Segundo o Hospital, os sintomas apresentados eram leves e a mulher não apresentou insuficiência renal ou problemas neurológicos, sintomas da evolução da doença. Segundo informações, a mulher bebeu a cerveja no dia 9 de janeiro, logo após surgirem as primeiras notícias sobre a contaminação. O casal levou ao hospital a garrafa vazia após o consumo, identificada pelo lote L2 1354. Eles disseram que consumo da bebida foi feito no dia 9, por acreditarem que a contaminação estivesse restrita a outro lote. Até então, a informação era sobre a contaminação no lote L1 1348 e L2 1348.

A Prefeitura de Itaúna informou que a Secretaria de Saúde acompanha junto ao Hospital Manoel Gonçalves a situação do casal. “Ambos foram avaliados quanto aos possíveis sintomas, conforme orientações da Nota Técnica nº 1/COES-MG. No caso do homem, foi descartada qualquer intoxicação exógena por Dietilenoglicol.

Em relação à mulher, foram coletados exames que serão enviados à Fundação Ezequiel Dias, em BH, para averiguação”, declara nota.

Durante esta semana, a Vigilância Sanitária realizou visitas técnicas a todos os estabelecimentos comerciais, para notificar sobre os riscos de comercialização dos lotes investigados. Até o fechamento desta edição a vigilância não encontrou garrafas dos lotes L1 1348 L2 1348.

Investigação

Além da cerveja Belorizontina, todos os rótulos da marca Backer estão sendo investigados pela Polícia Civil, Secretaria de Estado de Saúde e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Até o momento sabe-se que o composto dietilenoglicol, entrou em contato com a água utilizada no processo de fermentação da cerveja.

A empresa já disponibilizou um número de telefone para auxiliar e fornecer orientações aos pacientes que estão sob suspeita de intoxicação. “A Backer está aberta para receber o contato desses familiares sempre que desejarem e continua colaborando com as autoridades e verificando seus processos para contribuir com as investigações e ter respostas o quanto antes. O contato exclusivo para os familiares é (31) 3228-8859, das 8h às 17h”, diz nota.

Fazer quadrinho

Confira as identificações:

Belorizontina L2 1354

Belorizontina L2 1348

Capixaba L2 1348

Belorizontina L2 1197

Belorizontina L2 1604

Belorizontina L2 1455

Belorizontina L2 1464

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