A arquiteta e paisagista Letícia Corradi Oliveira foi premiada em Concurso Público Nacional promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). A itaunense apresentou projeto sobre o Mobiliário Urbano com foco na Primeira Infância que será incorporado pela Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador. O certame reuniu ideias de profissionais de Arquitetura e Urbanismo de todo o Brasil e os três vencedores vão receber, cada um, o prêmio de R$ 7 mil, além do certificado de participação, divulgação e publicação no repertório de boas práticas na implementação de mobiliário urbano com foco na Primeira Infância.
Quem é Letícia Corradi?
Letícia Corradi Oliveira é graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, pós-graduada em Paisagismo e Revitalização Ambiental pelo Instituto de Arte e Projeto em Belo Horizonte e mestre em Arquitetura Paisagística pela Anhalt University, na Alemanha. Desde 2020 está à frente de seu próprio escritório, Tinto Arquitetura Paisagística, com sede em Itaúna, e hoje, morando em Florença (Itália), Letícia tem atuação profissional e uma carta de projetos espalhada pelo mundo, em países como Brasil, Alemanha, Itália, Inglaterra, Portugal, Estados Unidos, dentre outras localidades. Nos últimos dois anos recebeu prêmios com projetos selecionados em concursos internacionais.
O projeto da itaunense
O Concurso Nacional, promovido pelo IAB, buscava por ideias de mobiliário urbano com foco nas necessidades das crianças de zero a seis anos, para estimular o brincar em todas as fases do desenvolvimento infantil.
A proposta vencedora intitulada pela arquiteta de “Mobiliário Imaginário”, é um convite à experimentação. A criança, atraída pelo formato lúdico, as cores contrastantes e estimulantes, e as dimensões sob medida, se sente convidada a apropriar do espaço urbano com segurança e criatividade. O mobiliário tem formato não convencional e isto possibilita aos usuários uma livre interpretação de como utilizá-lo.
A forma base do mobiliário é composta de quatro triângulos e quatro “planos-arestas”. Os triângulos possuem medidas diferentes e quando compostos, sugerem várias opções de apoio e orientação. Ou seja, apoiando qualquer uma das quatro bases triangulares serão inúmeras as possibilidades de um único molde. Isto realça também a facilidade de produção e reprodução da peça. Os detalhes do design do mobiliário também contribuem para a imaginação da criançada e dos usuários em geral. São propostas peças de metal e madeira encaixadas na base de concreto.
As peças em metal são moldadas em segmentos curvilíneos ou encaixados como barras, podendo apresentar-se como assentos em meio-círculo, corrimãos, arcos, apoios para os pés e, aos olhos das crianças, como uma antena, uma flor. O que vale é o que a imaginação sugerir.
Pensando na segurança, as peças em madeira são trabalhadas como círculo e semicírculos, em madeira de eucalipto, que são fixados nas extremidades dos ferros, ou nas faces da base em concreto, a fim de promover elevações diferenciadas. Pensando na materialidade da proposta, essas peças complementam o mobiliário com mais uma textura, além de serem importantes para proteção nos avanços e realces da peça.
Em resumo, explica Letícia Corradi, o Mobiliário Imaginário é uma peça lúdica, educativa e funcional.
O julgamento do concurso
A proposta de Letícia foi declarada por unanimidade vencedora (…) “por ser um mobiliário que pode ser utilizado de forma independente, em conjunto ou individualmente nos espaços públicos de Salvador, e de fácil replicabilidade. O conjunto cabe em diferentes contextos da cidade, ao mesmo tempo em que se destaca na paisagem, com um design com identidade própria e que remete à infância. Os elementos são adequados ao tamanho da criança e oferecem diferentes estímulos ao desenvolvimento infantil e fomenta o brincar livre”.