Lembranças dos tempos de escola ressuscitam memórias e relembram professores que marcaram época

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Os versos do poeta e músico da cidade mineira de Miraí, Ataulfo Alves (1909-1969) vêm recordar os tempos da infância pontuando as lembranças saudosas da professorinha “que me ensinou o beabá”. São marcantes, muitas vezes de forma fundamental, os primeiros anos da escola, a primeira professora, os colegas desses tempos, a própria escola. Já que estamos na semana do professor é hora de relembrar as lembranças mais remotas do tempo de escola e aquele professor marcante. O Jornal S’PASSO propôs essas questões para alguns leitores e os resultados são esses:

 “Lembro da época no ensino fundamental em que eu e minhas amigas, uma turma de seis meninas, combinávamos de ir todas para escola com roupas e sapatos iguais. Era uma época boa, além dos estudos, brincadeiras e amizades. E quem marcou essa minha época foi a “tia Tânia”. – Bárbara Cabanellas Souza – Jornalista

“Ah, minhas recordações mais marcantes, no Grupo José Gonçalves de Melo, são de uma excursão que fizemos, não sei mais para onde, fomos de ônibus da Viação Santanense. Na escola, fiz uma composição e a professora Dona Solange, uma grande professora, comentou com uma colega que eu era “inteligente demais”. Outra, de Geografia, me elogiou porque eu sabia os nomes de todas as capitais, do Brasil e do mundo. Quero aproveitar para mandar um abraço para todos os professores pelo seu dia, principalmente os da escola pública”. – Carlos Márcio Bernardes – professor aposentado e ex-secretário municipal de Educação

“O que me marcou muito foram os jogos com o professor Nilo, as amizades, a merenda… Estudei na Escola Normal, no Jardim Ana Cintra. Foi um tempo de escola e uma infância que marcaram minha vida de verdade. Dona Lourdes, sempre brava, mas muito comprometida com o ensino, cobrando conteúdo dos alunos. Também o professor Miranda, de muito boas lembranças. Esses dois marcaram muito a minha vida escolar”. – Gláucia Santiago – empresária e vice-prefeita

A lembrança mais remota é das brincadeiras com os colegas de sala do Castelinho Mágico. Brincadeiras na sala e no parquinho. São tantas professoras marcantes: Tia Grace, Tia Maria Alice, Tia Elina Dirce, Márcia Prado, entre outras”. – Nesval Júnior – vereador e presidente da Câmara Municipal

“Minha lembrança mais remota e mais doce foi aos nove anos, cursando o terceiro ano do ensino fundamental. Minha professora, Dona Maria Carmem Macedo foi a pessoa mais meiga que conheci. Com ela fiz minha primeira redação que foi lida por ela para a classe toda ouvir. Já no curso ginasial, a lembrança querida do professor Osvaldo Chaves. A ele devo o gosto pela literatura”. – Maria Lúcia Mendes – professora aposentada e escritora

“Eu, que fui diagnosticado com paralisia cerebral e “condenado” por um médico a viver no leito de uma cama, sem falar e andar, apenas por 15 anos, pude estudar e ter uma vida relativamente normal. Minha primeira mestra foi minha mãe, Dona Maria Fernandes, que teve fé e lutou pelo meu desenvolvimento físico e intelectual. Estudei na Escola Maria Augusta de Faria, com muitas dificuldades; depois fui para a Escola Dona Judith Gonçalves e me formei na Universidade de Itaúna. A professora da minha maior lembrança é a Dona Luzia, de Ensino Religioso”. – Gleison Fernandes – vereador e presidente da Comissão de Educação

“Minha lembrança mais remota na escola é uma apresentação de teatro que fiz na formatura do 3º período de educação infantil. Me lembro de ensaiar as falas com a professora que tinha a maior paciência. Ela e outras me inspiraram a ser professor hoje. As mais marcantes para mim foram Cintia, Adriana Mara e Eliane”. – Lorran Pereira – professor

“Minha lembrança mais remota foi minha fuga aventureira do Jardim de Infância Ana Cintra, quando ficava na rua do Estadual, em um casarão antigo. Minha professora havia faltado, dona Maria Inês Nogueira, da Casa Nogueirinha… fiquei com medo da outra e dei no pé… A primeira professora, a quem devo tanto, é uma pessoa muito iluminada, Dona Ana Lúcia Faria Parreiras”. – Luiz Mascarenhas – professor e escritor

“Minha grande lembrança foi quando fui à escola pela primeira vez, no Jardim de Infância, meu irmão, dois anos mais velho que eu, me guiava elas ruas entre minha casa e a escola. Lembro perfeitamente, paramos, alguém me esperava no portão. Ele me entregou a uma mulher que me recebeu sorrindo e olhei para meu irmão indo embora e me deixando com aquela mulher desconhecida, senti uma lágrima que foi interrompida quando percebi que dezenas de outras crianças me esperavam sorrindo e, ali naquele lugar, eu iria viver os melhores momentos de minha infância. Minha primeira professora que marcou minha vida foi tia Ana Maria Oliveira. Lembro da tia Marli, depois vieram Dona Selma, Dona Janete, Dona Cleusa Herculano e Dona Rosângela”. – Bete Souza – poeta e atriz

“Uma memória, que não é a mais remota, mas que foi bastante significativa, foi de um júri simulado que a professora Lucineia fez e que teve a participação de outros professores. Foi sobre a Capitu e o Bentinho, personagens do Machado de Assis, do livro Dom Casmurro. A gente dividiu a turma entre acusação e defesa, para decidir e julgar se a Capitu era inocente ou culpada de traição. Fiquei no grupo da defesa e advoguei em favor da Capitu, que ela era alvo de uma perseguição muito machista, por um marido muito paranoico que procurava nela os motivos para a sua infelicidade. Foi muito legal, a sala inteira se envolveu nesse júri simulado e uma época que eu não me esqueço. Creio que muito de minha veia argumentativa partiu dessas construções. Tive vários professores que me marcaram muito em Itaúna… no Colégio Sant’Ana, por exemplo, o Nando de Matemática; a Lucineia, de Português; o Pedro, de Literatura; o Elimar, de História; a Anete, a Dona Fátima, o Gilson, de Inglês, nosso amado Tio Gilson… vários que eu amo, amo, amo, que me marcaram demais e foram muito importantes em minha trajetória”. – Lohanna França – professora e deputada estadual

“Vários professores ficaram marcados no início da minha trajetória escolar, todos fundamentais na construção dos diversos tipos de conhecimento. Uma professora que posso destacar, dentre várias, é a querida e já saudosa Tia Ana Lúcia, professora de português na 4ª série, no Colégio Sant’Ana. Exigente e ao mesmo tempo carinhosa, fazia com que todos os alunos curtissem escrever, ler e interpretar textos dos mais variados temas, desenvolvendo habilidades que até nós mesmos duvidavam que tínhamos”. – Fernando Meira de Faria – médico e secretário municipal de Saúde

“Eu não estudei aqui em Itaúna, foi em Sete Lagoas-MG. A minha lembrança mais remota é da pré-escola, minha professora era a tia Denise que era muito carinhosa comigo. Me lembro da hora de dormir nos colchonetes. Os professores marcantes foram vários, mas tive uma professora na 4ª série que se chamava Maria Amália. Ela era brava, mas quando eu me machuquei na escola foi ela quem me levou no hospital. E no Ensino Médio tive a professora Margô, de história, que me ajudou muito a passar no vestibular. Ela era excelente”.  – Giovanna Helena Teixeira da Cruz Silva – professora e vice-diretora da Escola Estadual de Itaúna

“Minha lembrança mais remota na escola foi da minha primeira professora, no Jardim de Infância Ana Cintra, professora Alice Narcisa de Oliveira. Agora, a professora que mais me marcou foi minha tia Lici (Lici Moreira Guimarães), que inclusive faleceu na semana passada. Foi minha professora no 2º, 3º e 4º anos do ensino fundamental. Era uma ótima professora”. – Neider Moreira de Faria – médico e prefeito

“Ao rememorar minhas experiências escolares sou levado diretamente ao Grupo Escolar Souza Moreira (à época ainda uma escola estadual), quando fui aluno da querida e saudosa Tia Neusa no jardim e pré-escolar, correspondentes ao primeiro e segundo períodos da Educação Infantil hoje. Tempos de muitas brincadeiras, descobertas e amizades, em passei a me compreender enquanto sujeito partícipe de um mundo maior e mais complexo, em comparação ao que tinha vivido até então.
Adiantando um pouco mais no tempo, e tendo tido excelentes professores em toda minha trajetória acadêmica, são inesquecíveis as aulas de literatura do estimado Prof. Miranda no curso de Letras da Universidade de Itaúna. Um homem cultíssimo e muito dedicado à profissão e a seus alunos.
Esses dois professores, dentre tantos outros, contribuíram fortemente para minha constituição enquanto sujeito e profissional. A todos eles rendo homenagens e agradecimento por sua inestimável significância em minha vida”. – Weslei Lopes – professor e secretário municipal de Educação