LOHANNA FRANÇA

“Eu estou sendo muito acolhida, e esse acolhimento só reforçou meu sentimento de querer representar o nosso centro-oeste, que só teve uma mulher deputada estadual até hoje”.

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LOHANNA FRANÇA
*Lohanna França (PV) - 2.545 votos

A jovem professora Lohanna Souza França Moreira de Oliveira, 27, foi a mais votada vereadora de Divinópolis, nas eleições 2020, com 5.642 votos. Ela nasceu em Vila Velha (ES), mas foi criada em Itaúna, estudou no Colégio Sant´Ana e atua profissionalmente em Divinópolis. Atuante em pautas sociais e na defesa de uma política onde a mulher, especialmente do centro-oeste de Minas Gerais, tenha mais protagonismo, Lohanna França é candidata a deputada estadual pelo Partido Verde.

A jovem candidata falou ao Jornal S’PASSO na sequência de entrevistas de candidatos ligados a Itaúna.  

Jornal S’PASSO – Sua campanha para deputada estadual já está nas ruas. Como está sendo a sua caminhada nessa nova empreitada? Qual é a motivação para se candidatar a deputada estadual e sua ligação com Itaúna? E como será sua campanha na cidade?

Lohanna França – A campanha está a todo vapor. Conseguimos fechar apoios em mais de 50 cidades. Eu estou sendo muito acolhida, e esse acolhimento só reforçou meu sentimento de querer representar o nosso centro-oeste, que só teve uma mulher deputada estadual até hoje. Itaúna é também meu berço. Vivi muitos anos da minha vida aqui, inclusive hoje recebi de uma amiga uma foto nossa da época de colégio, quando eu estudava no Sant’Ana. Me formei no Ensino Médio lá, inclusive. Não sou candidata paraquedista, que aparece na cidade só em época de eleição.

Praticamente eu estou todo fim de semana por aqui, ao lado da minha família. Tenho uma família muito amada por Itaúna, meus tios Valtinho fotógrafo, a Tina e meu primo, Daniel Henrique…

Sobre a motivação, os dados falam por mim. É assustador saber que nós praticamente nunca tivemos uma mulher eleita deputada estadual na nossa região.

Em Itaúna, a maioria do eleitorado é feminino, em Divinópolis também. Onde estão nossas lideranças femininas? No meio de tanta mulher capaz, inteligente e trabalhadora, porque nenhuma ainda foi eleita? Acredito sim na importância de elegermos pessoas da nossa região, mas mais do que isso, acredito na necessidade de representantes novas, técnicas e corajosas. Chegou a hora de uma mulher nos representar com seriedade, e eu quero ser essa mulher.

Jornal S’PASSO – Vivemos um momento conturbado na política brasileira, com uma forte polarização em nível federal. Como você vê o cenário político quanto as eleições para presidente? A previsão é de eleições com temperatura mais alta, por causa do acirramento das paixões ideológicas de grupos ligados aos candidatos Bolsonaro e Lula. Qual é sua análise?

Lohanna França – Essa eleição já é a mais violenta da nossa história. É preciso falar em polarização, mas é preciso principalmente entender quem instiga essa divisão pautada no ódio, na guerra. O presidente Bolsonaro foi para mim o pior presidente da história do país, e é hora de, pelo voto, democraticamente, retirarmos ele do poder.

Jornal S’PASSO – Qual é a sua avaliação sobre os governos Romeu Zema e Jair Bolsonaro? Com quem a deputada Lohanna França estará na campanha eleitoral?

Lohanna França – Bolsonaro rasga a constituição todos os dias. Temos um presidente que não assume a responsabilidade sobre os problemas do país: a crise econômica, social, a alta dos preços, o péssimo enfrentamento à pandemia, com o atraso na vacinação, inclusive. Nada é culpa dele, segundo ele mesmo.

Ele corroeu a procuradoria geral da república, troca chefes da polícia federal a bel prazer e se comporta como um moleque, envergonhando o país internacionalmente. Por tudo isso, estou com Lula.

Romeu Zema tem atacado os professores, e, como professora vejo problemas em sua forma de lidar com os responsáveis pela Educação mineira.

Jornal S’PASSO – Mais especificamente de Bolsonaro, como você avalia as críticas que ele faz do processo eleitoral ao colocar em dúvida a confiança nas urnas eletrônicas?

Lohanna França – O Bolsonaro foi eleito várias vezes pela urna eletrônica. Seus filhos foram eleitos pelas urnas, e nunca, nunca, houve um posicionamento contra o voto eletrônico. Agora que ele percebeu que suas chances caíram drasticamente, repete como papagaio que as urnas não são confiáveis.

Jornal S’PASSO – Qual é a sua opinião acerca da polêmica sobre o uso ou não do fundo partidário? E, no seu caso, como será distribuído pelo seu partido em Minas Gerais?

Lohanna França – Eu entendo as críticas ao fundo eleitoral e também tenho minhas ponderações sobre o sistema, que muitas vezes serve para reeleger poderosos e não para apoiar candidaturas novas de grupos que ainda não estão representados no espaço de poder, como mulheres, negros e deficientes físicos. A legislação precisa caminhar nesse sentido, com urgência. Apesar disso, é frequente que pessoas que escolhem não usar fundo eleitoral se aliem a interesses escusos para bancar suas campanhas.

O governador Romeu Zema, por exemplo, recebeu doações de campanha de acionistas majoritários de mineradoras. É estranho que, meses depois, ele esteja entregando de bandeja a Serra do Curral justamente para… mineradoras. Todos já ouviram a frase “quem paga a banda escolhe a música”, e a dinâmica é essa mesmo.

Portanto, quem não vem de família rica e não está aliado a poderosos precisa recorrer ao fundo eleitoral. O Partido Verde recebe uma porcentagem baixa do fundo, que é dividido por dezenas de candidatos, inclusive eu. Por isso, fiz um financiamento coletivo, que já conta com mais de 100 doadores de 30 cidades diferentes, o que mostra que o povo mineiro está comigo.

Jornal S’PASSO –  A campanha de Lohanna França contará com uma dobradinha com um candidato a deputado federal por Itaúna?

Lohanna França – Oficialmente, não, até por não termos nenhum candidato a federal do meu partido na cidade.

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