A informação que chegou ao Jornal S’Passo na tarde de quarta-feira (4) sugere que um vereador de Itaúna e ex-assessores parlamentares tiveram seus bens bloqueados a pedido do Ministério Público de Minas Gerais. O MPMG, por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Itaúna, conseguiu na Justiça, numa ação penal, o bloqueio e o sequestro de bens de um vereador do município, quatro ex-assessores parlamentares e de uma empresária, que desempenharia o papel de laranja do grupo.
A ação se refere a acusação de desvio de dinheiro público em prática criminosa conhecida como “rachadinha” ou “caixinha parlamentar”, em que parte dos salários pagos a assessores é devolvida ao político ou entregue a terceiros. Os fatos teriam ocorrido ao longo do ano de 2019.
No Brasil o crime de rachadinha tornou-se muito comum nos últimos tempos, especialmente em Brasília, envolvendo altas figuras da política nacional. A imprensa americana tem chamado a prática brasileira de “salary Split”. Segundo esta denúncia do MPMG, parte do dinheiro devolvido seria utilizada para o pagamento de dívidas de campanha eleitoral de 2016, contraídas com um desses ex-assessores denunciados, que também é empresário. O vereador acusado, não está na disputa eleitoral deste ano.
O vereador acusado incorre ainda em outros crimes, como a contratação de funcionários fantasmas e estaria sendo denunciado por ato de improbidade administrativa.
A reportagem do S’Passo não conseguiu a confirmação do nome desse novo vereador denunciado em rachadinha. A cidade inteira tem conhecimento de que a atual Câmara vem colecionando denúncias de improbidade e corrupção ativa ao longo de quase quatro anos. São públicos os nomes e sobrenomes dos que foram denunciados. Os processos de agora correm em segredo de justiça e na Câmara, segundo o seu presidente, Alexandre Campos (DEM), não foi feita nenhuma notificação, “nem pelo TJ, nem pelo MP”. “Ouvi comentários acerca do assunto quando o G1 me solicitou uma entrevista. Mas o que eu posso dizer é que oficialmente a Câmara não tem ciência dessa ação”, esclareceu.