Ainda sem uma definição oficial, o bloco caricato Pau de Gaiola segue dividindo as pessoas, as que querem que ele permaneça brincando na Praça da Lagoinha e as que aprovam o projeto da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de criar o “Sambódromo” no Boulevard Lago Sul e para lá transferir todos os desfiles e performances do carnaval de rua.
A reportagem do Jornal S’PASSO ouviu essa semana a empresária Celeida de Morais Gonçalves e Silva, uma das proprietárias de alguns imóveis nas proximidades da Praça da Lagoinha, que está liderando um abaixo-assinado contra a realização da festa neste local.
Ela afirma que não é contra o carnaval e que sempre foi uma das apoiadoras do ‘Pau de Gaiola’ desde o seu surgimento, no entanto, vê com temor o evento no centro da cidade, num lugar com o mínimo de segurança para o grande volume de pessoas que se espera. A empresária pondera que há algum tempo , o ‘Pau de Gaiola’ se limitava a um grupo de foliões que brincava à porta de suas lojas e do Restaurante do Sandoval 24 Horas. No último ano em que o evento aconteceu foram milhares de pessoas nesses espaços e a tendência para esse carnaval é que cresça ainda mais, principalmente por causa do jejum de dois anos devido à pandemia da Covid-19.
Falta de segurança no espaço e até paixão político-partidária de extremistas como argumentos
A falta de segurança para os foliões e o público, a sujeira dos espaços e até mesmo a probabilidade de atos de violência e depredação de patrimônios são alguns dos argumentos expostos por Celeida, levados à Secretaria de Cultura e Turismo e ao Ministério Público. Ela explica que nos últimos anos em que a concentração do bloco foi realizada na Lagoinha, milhares de seguidores os rastros de sujeira, além de urina e até fezes, e destruição foram grandes. Hoje, ela teme por algo pior e aponta até as divergências político-partidárias que têm tomado proporções perigosas em ações de extremistas. Além de tudo isso existem os problemas decorrentes do excesso de álcool e das drogas. Celeida Gonçalves revela que chegou a ser aconselhada a contratar equipamentos para cercar o imóvel de sua propriedade, que serve de estacionamento ao lado do Bar Sandoval, mas avalia que não seria uma boa opção e até antipática, sem contar o alto custo. O abaixo-assinado encabeçado pela empresária já contava com adesão de 132 pessoas no início dessa semana; moradores e comerciantes do entorno da Praça da Lagoinha endossam sua proposta