Moradores em situação de rua sofrem com o frio e campanhas pedem doação de agasalhos

Atualmente 35 pessoas estão vivendo nas ruas de Itaúna; são 30 homens e cinco mulheres

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A previsão de temperaturas em baixa e um inverno mais rigoroso este ano já está fazendo vítimas entre a população em vulnerabilidade social e situação de rua. Sete pessoas morreram por conta do frio nas ruas de São Paulo na última semana, de acordo com o Movimento Estadual dos Moradores em Situação de Rua. Entre as mortes, quatro foram registradas durante a madrugada, quando a temperatura mínima chegou aos seis graus, a mais fria dos últimos cinco anos.

O fato causou grande comoção e tem servido de alerta para que a sociedade busque formas de ajudar quem está nas ruas. Nas redes sociais, um post aconselha as pessoas a colocarem em seu carro, antes de ir para o trabalho ou para outras atividades, um agasalho que não usa mais, um cobertor ainda em bom estado, para aquecer quem está nas ruas. 

Em Itaúna, pessoas ligadas a entidades religiosas, ainda persistem no trabalho de levar, em alguns dias da semana, comida e roupas para as pessoas que vivem nas ruas. O número desses voluntários diminuiu consideravelmente durante a pandemia, conforme relatou recentemente ao Jornal S’PASSO a professora Regina Glória Gomes, que atua nessa tarefa há alguns anos, juntamente com um grupo da Igreja Católica. Antes da pandemia, o trabalho de levar alimentos e, ocasionalmente, agasalhos para as pessoas em situação de rua, acontecia durante toda a semana, através de voluntários do Grupo Espírita Francisco de Assis e do Grupo Espírita Eurípedes Barsanulfo, da Igreja Católica, das paróquias de Sant’Ana e Nossa Senhora Aparecida. Hoje, o número está reduzido a menos da metade e essa ajuda não acontece todos os dias.

Porém, o desemprego e outras dificuldades de sobrevivência por causa da crise econômica estão fazendo com que muitas pessoas se mobilizem para levar um pouco de conforto às famílias que estão com dificuldades financeiras e em situação de vulnerabilidade social.

A Prefeitura criou recentemente, através da Secretaria de Desenvolvimento Social, Centro de Referência de Assistência Social – CRAS, em parceria com a Sociedade São Vicente de Paulo, o projeto ‘Quarentena Solidária’, para arrecadar alimentos e itens de higiene pessoal para pessoas em extrema pobreza no município. Centenas de cestas básicas foram distribuídas para famílias carentes e o projeto continua arrecadando doações.

Doação de cobertores

O secretário de Desenvolvimento Social, Élvio Marques da Silva, disse ao Jornal S’PASSO que são inúmeras as ações de atendimento aos moradores em situação de rua, como abordagens sociais diárias, oferta de cobertores e encaminhamento a instituições como o Albergue Fraterno Bezerra de Menezes e comunidades terapêuticas. Élvio destacou ainda que o atendimento encaminha os assistidos para postos de saúde, quando necessário, e orienta quem deseja se cadastrar para conseguir emprego, além de oferecer passagens para aqueles que querem ir para outras cidades. “Estamos fazendo o possível e dentro da realidade do município para que essas pessoas sejam assistidas”, pontuou.

O gerente da Secretaria, Alexandre Nogueira, argumenta que a doação de cobertores para os que vivem na rua nem sempre é uma proposta acertada já que muitos tentam negociar essas doações para comprar bebida alcóolica e outras drogas. Ele confirma a fala do secretário Élvio de que as abordagens são realizadas com frequência e destaca que as tentativas de encaminhamento dessas pessoas a entidades de apoio, são o socorro imediato para que elas saiam das ruas.

 Atualmente, em Itaúna estão em situação de rua 35 pessoas, 30 homens e cinco mulheres, e esses números estão sempre oscilando, dependendo especialmente da época do ano. Já houve época em que os números eram mais que o dobro dos atuais.

O Posto do Migrante, que funciona no Terminal Rodoviário, também apoia essas pessoas, oferecendo ajuda e conversando para entender a realidade que as fizeram viver nas ruas.

Vacina e testes de HIV

Nesta quarta-feira, numa ação das secretarias de Saúde e de Desenvolvimento Social, aconteceu no Posto do Migrante o atendimento aos moradores em situação de rua, com relação à Covid e doenças sexualmente transmissíveis. Nesse dia foram vacinadas 43 pessoas, incluindo moradores do Albergue Fraterno Bezerra de Menezes e foram realizados também outros procedimentos de saúde, como testes de hepatite, sífilis, HIV.

Imagem: Reprodução/Internet

Campanha do agasalho

Uma campanha de agasalho destinada a atender não somente moradores em situação de rua, mas também famílias em extremas dificuldades financeiras, está sendo coordenada pela vice-prefeita Gláucia Santiago. Os postos de arrecadação estão funcionando na Prefeitura e na praça Dr. Augusto Gonçalves até hoje, sábado.  Gláucia disse que está muito satisfeita com os resultados da campanha que arrecadou grande quantidade de cobertores e roupas de inverno para adultos e crianças.

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