Têm sido recorrentes as manifestações de moradores do bairro João Paulo II reclamando do grande incômodo por causa de um depósito de restos de material de construção e, consequentemente, do acúmulo de lixo e sujeira, praticamente à porta de suas casas. O descarte da empresa Diskentulho em pleno bairro já é um grave problema de poluição, mas soma-se a isso, a quantidade de outros aborrecimentos causados por esse refugo de entulho da empresa – feito muitas vezes de forma irregular –, como a poeira, a incidência de ratos, baratas, mosquitos, escorpião, além da queima de lixo e fumaça fétida. Os moradores do bairro acionaram novamente a Associação Comunitária dos bairros Santanense e João Paulo II e a imprensa para verificarem de perto a situação.
Em março do ano passado moradores do bairro João Paulo II, acompanhados do líder comunitário Luiz Henrique Machado, encaminharam ao Jornal S’PASSO imagens e áudios mostrando os problemas decorrentes dos restos ali despejados.
Evimar Nogueira do Carmo, mora no bairro João Paulo II, a 200 metros do depósito e fez questão de mostrar a situação de calamidade praticamente no seu quintal. Outra denúncia veio de Isaias de Freitas Amaral, que diz estar vivendo num inferno por causa da poeira, dos bichos peçonhentos e da fumaça sufocante. Para ele, é inacreditável saber que cerca de 500 moradores, extremamente prejudicados, não conseguem vencer a inoperância dos órgãos ambientais e o poder de uma única empresa.
Empresário se defende e afirma que Itaúna “virou um canteiro de descarte irregular”
O empresário Rodrigo Aparecido Antunes, proprietário da empresa Diskentulho, disse que tem feito de tudo para diminuir os impactos ambientais com o descarte do material da empresa. E que grande parte das irregularidades atribuídas ao seu negócio não é de sua responsabilidade, embora muitas pessoas pensam que só existe a Diskentulho em Itaúna. “Do Diskentulho são cerca de 15%, onde estão os outros 85% de material recolhido nas caçambas ou jogados em lotes vagos, que são apontados como agressivos ao meio ambiente?”, questiona. O empresário afirma que nessa região do bairro João Paulo II acontecem queimadas, descartes irregulares e outras situações que prejudicam o meio ambiente sem que haja qualquer ligação com as atividades de sua empresa. Acerca da nova denúncia dos moradores do bairro João Paulo II, ele informa que a responsabilidade do entulho é de quem gera e não sua, que é quem o recolhe. Muitas vezes o material chega nas caçambas todo misturado, os moradores fotografam e denunciam como se fosse descartado pela empresa. Mas não é assim, primeiramente esse entulho é separado e triturado, como determina a lei. Dessa forma, parece que o material que chega, todo misturado, é que será jogado no depósito localizado no bairro.
Rodrigo Antunes ressalta que além das denúncias de moradores do bairro João Paulo II, vários lugares da cidade estão sendo usados como pontos de descarte de inservíveis prejudicando as pessoas, os animais e o meio ambiente. “Itaúna virou um canteiro de descarte irregular e que a culpa não é minha”, posicionou.
Gerência de Meio Ambiente não respondeu
A Gerência Superior de Proteção ao Meio Ambiente, vinculada à Secretaria Municipal de Regulação Urbana, foi questionada pelo Jornal S’PASSO, mas até o fechamento dessa edição não havia se manifestado.