Prefeito e vereadores medem força sobre pagamento do piso dos profissionais da Educação

Projeto de lei que concede benefício aos professores da educação básica foi aprovado, mas pagamento foi adiado por causa de emendas dos parlamentares

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A disputa de poderes, ou da força dos poderes, voltou à tona depois da votação do projeto de lei complementar, de autoria do executivo, que propõe recomposição salarial para os professores com base no piso nacional. A proposição foi aprovada por unanimidade, mas os vereadores acrescentaram nela duas emendas, alterando um dos artigos e suprimindo outro. A proposta de emenda, segundo os vereadores, foi em atendimento aos profissionais da educação, que se sentiam prejudicados pela matéria, que prevê perda de gratificações para a carreira do magistério, além de vincular a recomposição de vencimentos ao piso salarial nacional.

Por causa dessas emendas que alteraram o projeto inicial, o prefeito emitiu uma nota na segunda-feira (18), afirmando que a não aprovação do projeto original teve como resultado o adiamento, mais uma vez, do pagamento do piso nacional dos salários dos profissionais da educação básica e que a programação estaria “sem data certa”. O prefeito ainda prometeu que após o recesso parlamentar irá propor novo projeto e tão logo ele seja aprovado, os valores serão efetivados, de forma retroativa, como fora anunciado anteriormente. O projeto precisa de aprovação legislativa, uma vez que o piso foi aprovado em fevereiro passado e a lei orçamentária é de 2021.

No mesmo dia em que a nota oficial foi divulgada, o legislativo rebateu a mensagem da Prefeitura, explicando que o projeto de lei foi aprovado por unanimidade pelos vereadores e que não é correto a Prefeitura postergar o pagamento dos benefícios salariais aos servidores e culpar a Câmara.

Matéria do Jornal S’PASSO causa insatisfação no secretário de Educação

O assunto do projeto do piso salarial para os professores da educação básica tem rendido novos rounds nas redes sociais com os vereadores defendendo o legislativo e fazendo acusações à administração municipal. E até mesmo o Jornal S’PASSO foi envolvido na polêmica depois de publicar a fala de alguns vereadores durante a votação da matéria: “O secretário diz que a Prefeitura estuda corrigir a situação com novo projeto” foi a informação dada pelos vereadores durante a discussão do projeto, no dia 12 de julho. O texto faz referência à não inclusão de auxiliares de creche e pedagogos como beneficiários da recomposição salarial.

Sobre a fala dos vereadores, o Jornal S’PASSO solicitou mais informações ao secretário Weslei Lopes e as respostas vieram, via Gerência de Comunicação, na sexta-feira (15), quando a edição já havia sido fechada.

Não existe um novo projeto para atender pedagogos e auxiliares de creche

A resposta do secretário Weslei Lopes é que o projeto de lei discutido na Câmara na reunião de terça-feira (12) tratou especificamente da recomposição salarial dos professores da rede pública municipal. E que, “inobstante os pedagogos da rede já recebam salário acima do piso salarial, a situação deles está sendo atenciosamente acompanhada pela Controladoria e pela Procuradoria do Município”. Também informou que as auxiliares das creches, que não se enquadram na carreira do magistério, já recebem, hoje, o salário correspondente ao cargo que ocupam na rede.

Em contato com a reportagem, o secretário frisou que em momento nenhum falou sobre a constituição de novo projeto e menos a respeito de uma nova proposta que tivesse relação com as auxiliares de creche. Mais uma vez, reafirmamos que tal informação realmente não foi prestada pelo secretário Weslei Lopes e sim pelos vereadores membros da Comissão de Educação durante a reunião ordinária do dia 12 de julho em que a matéria foi levada à plenário.

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