Ainda não estamos vivenciando o clima seco e o período de estiagem, bastante propícios para a ocorrência de queimadas. No entanto, as pessoas já começam a reclamar de fogos em matas e terrenos desocupados na cidade. E há quem sinta os efeitos de agravamento de doenças respiratórias, provocados por fumaça, devido a esta prática tão comum em nosso meio e neste período do ano. Onde há fumaça, há fogo – diz o velho ditado popular. Na semana passada, especialmente no domingo, uma fumaça incômoda tomou conta de vários pontos de Itaúna. Em pouco tempo vieram alguns problemas decorrentes desses focos de queimadas: ardência nos olhos, dificuldades de respirar e muita sujeira de fuligem nas casas. A reportagem do JORNAL S’PASSO ouviu o cabo Carlos José, da unidade local do Corpo de Bombeiros, que confirmou a ocorrência de pequenos incêndios nos últimos dias, especialmente por causa da vegetação seca. O militar esclareceu que quando são chamados, os bombeiros vão ao local, realizam vistoria, avaliação e cuidam de debelar o fogo. Não houve, segundo ele, nenhum incêndio de grandes proporções na cidade recentemente, apenas queima de lixo e mato em lotes vagos. No último domingo 14, no bairro Morro do Sol, houve um pequeno incêndio na mata próxima à rua Caxambu. O incêndio foi filmado pelo morador das proximidades, Jerry Adriane Magalhães, bancário e teatrólogo. Ele contou ao S’PASSO que essas queimadas têm sido frequentes, uma vez que no bairro existem espaços que ainda não foram urbanizados, apesar de o loteamento ter sido feito há mais de vinte anos. Para facilitar o acesso de passagem de pedestres, algumas pessoas colocam fogo no mato e esse se alastra, pondo em risco as casas e uma área de preservação ambiental (a montanha da antiga pedreira da prefeitura), circundada por vários bairros. Magalhães queixa-se que o descaso do poder público com o lugar é antigo. Como não existem obras de melhoria da prefeitura no local, as pessoas sentem-se à vontade para jogar lixo, entulho, móveis velhos e, até, animais mortos. A queima do mato seco é apenas uma das práticas dessa falta de educação. Ele conta ainda que a proteção contra o deslizamento das encostas e, até mesmo, a fiscalização para barrar o descarte de lixo e entulho, são feitos por moradores da proximidade desta mata. A fiscalização e prevenção de incêndio estão sob os cuidados da polícia de meio ambiente e da prefeitura.