A reunião da Câmara no início dessa semana foi tranquila, sem maiores polêmicas, como o foi há poucos dias por causa do projeto de lei que concede subsídios à concessionária do transporte coletivo ViaSul. No entanto, o assunto ainda paira nas pequenas discussões e, até, na participação do povo. Para os vereadores, Gustavo Dornas (Patriota), Alexandre Campos (MDB) e Antônio de Faria Júnior (PSDB), o Da Lua, é preciso que a Câmara promova um amplo debate sobre o transporte público, com o apoio de uma consultoria com expertise no assunto. Eles querem que as contas da ViaSul sejam melhor analisadas a fim de se verificar a necessidade de aporte financeiro e a justificativa para o não investimento na melhoria do serviço. A oposição quer que o prefeito revogue o decreto de aumento de tarifa. Kaio Guimarães (PSC), Ener Batista (União Brasil) e Carol Faria (Avante) aguardam que seja colocada em discussão a proposição que anula os efeitos do decreto do executivo. “Com uma canetada, o prefeito aumentou o preço da passagem em R$ 1,50, agora, com outra canetada, pode ser anulada sua decisão”, afirmou Kaio. O projeto de decreto, que anula a decisão do prefeito, está sendo analisado pelas comissões de Finanças e Orçamento e de Constituição e Justiça da Câmara.
Povo quer transporte gratuito e de qualidade
A jovem estudante de medicina e dirigente do PSOL de Itaúna, Júlia Soares de Freitas Teles, foi à Tribuna da Câmara e disse que “não queremos redução do preço da passagem, novamente para R$ 5,00, nem de R$ 0,50 e, muito menos, que a Prefeitura conceda valores milionários à ViaSul. Queremos tarifa zero e transporte de qualidade”. Júlia afirmou que os movimentos de esquerda em Itaúna estão convocando a população para, ainda nessa semana, realizar um ato de apoio aos motoristas da ViaSul, que realizam dupla função, servindo, também, de cobradores de passagem, além da árdua missão de dirigir ônibus.
O ex-vereador e advogado Geraldino de Souza Filho, o Mirinho, também usou o espaço da participação popular e cobrou melhor serviço da concessionária do transporte coletivo, afirmando que a Prefeitura tem condições de assumir o serviço com zero de tarifa. Para Mirinho, os debates promovidos até então pelos vereadores e, também, as reuniões realizadas entre eles, os representantes da empresa e o prefeito, não deram em nada. É necessário que haja ampliação do debate em torno da municipalização do serviço. “Estão como cachorro correndo atrás do próprio rabo”, comparou.