Vereador bolsonarista deixa de lado os problemas da cidade para criticar ministro da Justiça e ações de governadora no Rio Grande do Norte

Ener Batista sugere que pode haver conivência da petista Fátima Bezerra com o crime organizado e afirma que desarmamento e o socialismo do PT são responsáveis pelo aumento da criminalidade no Estado nordestino

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Em raro pronunciamento na Câmara Municipal no início dessa semana o vereador bolsonarista Ener Batista (União Brasil) manifestou solidariedade com a população do Rio Grande do Norte por causa da onda de violência que tomou conta do Estado nos últimos dias.  Episódios de crimes em cidades do Rio Grande do Norte, desde o dia 14 de março, são mais um capítulo da recorrente violência empreendida pelas facções criminosas que atuam no Estado nordestino. 

As informações são de que há pelo menos dez anos, dois desses grupos, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Sindicato do Crime, promovem um conflito bélico pelo controle de territórios e de atividades criminosas, uma “guerra silenciosa” que já vitimou milhares de jovens. Ônibus e caminhões foram incendiados. Em Natal, a circulação de ônibus e trens foi suspensa. O atendimento da coleta de lixo e de unidades de saúde foi interrompido e universidades, escolas e comerciantes tiveram que fechar as portas com medo de ataques.

O vereador, que é policial penal, aproveitou sua fala para criticar declarações do ministro da Justiça Flávio Dino de que iria tomar providências contra as ações. Para Ener, a promessas de Dino viraram piada na internet por causa da inconsistência de suas ações sobre esses episódios. 

Reafirmando sua postura de “conservador e direitista”, o parlamentar itaunense coloca dúvidas não somente sobre as ações efetivas do ministro da Justiça, mas também da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), que parece, “conivente” com o crime organizado no Estado. A recente onda de violência fez com que a governadora Fátima Bezerra pedisse auxílio da Força Nacional, que enviou 180 profissionais ao Estado. Segundo a Polícia Militar, 68 pessoas foram presas e um adolescente teria sido apreendido como suspeitos de participação nos atentados.

Por fim, Ener Batista afirma repudiar a política “socialista, desamarmentista e indultista” dos governos do PT, que no seu entendimento, colaboram para o crescimento da criminalidade. Quando ele diz “induldista”, refere-se à prática de indultos da justiça penal em datas especiais, que beneficia presos comuns e “permite que se antecipe o convívio social de criminosos”.