A Câmara aprovou por unanimidade na reunião de terça-feira (24) o projeto de lei que estabelece critérios para que eventos extraclasse sejam levados às escolas no município. Antes de qualquer atividade, como peças teatrais e palestras, apresentadas aos alunos da educação infantil e do ensino fundamental, uma comissão de pais e equipe pedagógica da instituição deverá autorizar, a fim de se evitar que “conteúdos inapropriados” sejam disponibilizados aos estudantes. A proposição é de autoria dos vereadores bolsonaristas Kaio Guimarães (PSC), Ener Batista (União Brasil) e Giordane Alberto (PV), todos ligados a igrejas evangélicas, que afirmam buscar somente “proteger as crianças” contra atividades que venham confundir sua conduta com viés ideológico, político e de erotização. O projeto foi elogiado, mas também recebeu críticas em redes sociais com a conotação de que em vez de propor filtro ou proteção do público é uma tentativa de censurar atividades nas instituições de ensino.
Os vereadores apresentaram a proposição depois da apresentação de um espetáculo teatral, “Chapeuzinho Vermelho”, levado à Escola Municipal Artur Contagem Vilaça, em agosto, pelo grupo “O Trem Companhia de Teatro”, em parceria com as secretarias municipais de Cultura e Turismo e de Educação e a empresa ArcelorMittal, no programa “Diversão em Cena”. Os edis justificaram que pais de alunos os procuraram com reclamações de que as crianças ficaram confusas com os personagens da peça, sem definição de gênero, alterando a origem da narrativa. À época a equipe pedagógica avaliou que o espetáculo “não tem nada de irregular”.
Escolha da peça foi aprovada por diversos órgãos
A peça faz uma releitura do clássico Chapeuzinho Vermelho, trazendo a protagonista como uma menina corajosa que enfrenta os desafios postos no transcorrer da trama. A companhia de teatro é reconhecida nacionalmente e a escolha da peça deu-se por meio da curadoria da própria ArcelorMittal – parceira da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo da Secretaria Municipal de Educação em diversas outras ações de inquestionável qualidade e significado para a população itaunense.
Na votação do projeto, o vereador Kaio Guimarães afirmou que a pauta é a “proteção da inocência dos filhos”. Não houve nenhuma contestação ou argumento em contrário.