Chuva de granizo e ventos fortes causaram medo e prejuízos na cidade

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Uma crônica da escritora Maria Lúcia Mendes dá conta, de maneira poética, mas não menos melancólica, da enchente do rio São João nos idos de 1940. “(…) No cutucar o tempo, foi em março, anos quarenta, o povo esperando a enchente das goiabas, quando senão quando o céu preteou de fora a fora e a carapuça dos morros sumiu enfumaçada. Raios e trovões medonhos, ventania braba zunindo nas gretas, afogando velas e lamparinas. São Geromo, Santa Bárbara! – gaguejavam os mais velhos com o terço nas mãos e ramos bentos no fogo. Nisto, um estrondo sacudiu a pequena Itaúna. Uma tromba d’água despejou-se em fúria num morro próximo à Várzea. Jesus, Jesus berravam as mães sob os olhos assustados das crianças amontoadas num canto da cozinha. E o São João? O velho rio tremeu e num arranco pegou brabeza, cresceu, cresceu e como louco esparramou-se varrendo tudo que topava pela frente. A Várzea inteira com suas casinhas encolhidas, tudo debaixo d’agua…”. 

Foi no início dessa semana, véspera do feriado de Finados, que uma tempestade caiu sobre a cidade. Granizo, ventos fortes e enxurradas enormes causaram estragos em vários lugares. Lama e sujeira tomaram conta de várias ruas e quintais. Muitas árvores desgalhadas com a ventania trouxeram prejuízos materiais e ameaças à vida de algumas pessoas. 

A Defesa Civil agiu rápido e solicitou ajuda, da Secretaria de Infraestrutura para limpar as vias, e da Cemig, para desenergizar os fios partidos pela queda de árvores. 

Houve atendimento pelo Corpo de Bombeiros de uma residência no bairro Padre Eustáquio, que ficou destelhada.   A família foi retirada do local e encaminhada para casa de parentes.

Imagens dessa tempestade, compartilhadas nas redes sociais e nos portais de notícias da imprensa,  mostraram a lama  e o lixo que as águas arrastaram pelas avenidas Gabriel da Silva Pereira e Dorinato Lima, junto da construção do novo trevo do Morro do Engenho; JK, Jove Soares e de ruas nos bairros Leonani, Padre Eustáquio, Chácara do Quitão, Universitário, Graças, Vila Vilaça e Vila Tavares. Um dos pontos mais críticos, segundo a dirigente da Defesa Civil, Márcia Moreira, foi na avenida Walter Mendes Nogueira.

As bocas de lobo, muitas vezes lotadas de lixo jogado nas vias, não suportam as enxurradas da chuva forte e contribuem para ampliar as enchentes. 

Defesa Civil alerta que mais chuvas fortes estão previstas

As chuvas fortes poderão cair novamente na região e a recomendação é que as pessoas que moram ou que transitam pelos locais considerados de risco (encostas e margens de rios) estejam alertas. As ações da Defesa Civil continuam sendo realizadas junto de outros setores da prefeitura, como as secretarias de Infraestrutura, Regulação Urbana, Desenvolvimento Social e de Saúde, além das parcerias com o Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.

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