Direção do Hospital desiste da administração e pede ajuda à Promotoria de Justiça

A pior crise financeira da instituição, com prejuízos mensais de mais de R$ 1 milhão, pode terminar com intervenção de urgência do poder público

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Em assembleia geral, realizada na noite desta quinta-feira (29), a direção administrativa do Hospital Manoel Gonçalves decidiu não reeleger, nem reconduzir o Conselho Curador da instituição. Nenhuma chapa foi organizada para assumir a função de cuidar da administração da Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira. Em vez disso, por unanimidade, foi definido que os membros estão impossibilitados de continuarem à frente do Hospital, tentando administrar prejuízos vultosos, que crescem cada vez mais a cada mês. A diretoria vai entregar à 3ª Promotoria de Justiça, sob os cuidados da promotora Andrea Clemente Barbosa de Souza, curadora da fundação, a administração da Casa de Caridade para que sejam tomadas as medidas necessárias, ou seja, até mesmo a possibilidade desta acionar a Justiça e  convocar o poder público a assumir a gerência da instituição. Os trabalhos da assembleia geral foram conduzidos pelo provedor em exercício Augusto Machado de Souza que renunciou ao cargo no início desse mês juntamente com os demais membros do Conselho Curador.

O gerente financeiro Belmiro Filho apresentou uma planilha com as despesas e as receitas do Hospital no mês de agosto e os resultados mostram que o déficit mensal ultrapassa R$ 1 milhão, o que é impossível de ser administrado diante, especialmente da falta de reajuste da tabela do SUS. Há 14 anos o pagamento do governo federal, destinado aos profissionais da saúde e aquisição de insumos para manutenção dos serviços, permanece inalterado. Os recursos totais da instituição correspondem a R$ 4.454.518,54, já os gastos são de R$ 5.590.330,65. São, portanto, R$ 1.495.288,06 de prejuízo mensal.

Os debates entre os membros do Conselho Administrativo giraram em torno do tema e as soluções não apareceram. Belmiro Filho revelou que grande parte do tempo da administração é consumida em busca de ideias e projetos para que o Hospital saia do vermelho e encontre folga no seu orçamento. O provedor Augusto Machado pontuou que há 45 anos vê essa situação se repetindo e que em todos os setores da administração, a instituição é deficitária. Diante disso, o risco de insolvência do único hospital de Itaúna, que também atende outras cidades da região, é iminente. “Não irá fechar as portas, mas não poderá atender a procedimentos simples por falta de material”, disse.

Membros dos conselhos Comunitário e Fiscal são indicados na assembleia

Mesmo diante da pior crise financeira que afeta a administração do Hospital Manoel Gonçalves, dois novos membros foram eleitos por aclamação na assembleia realizada na noite de quinta-feira (29). Maurício Gonçalves Nazaré, para a vaga que restava do Conselho Comunitário e Edno José de Oliveira, para a do Conselho Fiscal.

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