Explosão de contaminações pela Ômicron pode determinar fim da onda verde

Reportagem ouviu opinião de diversas pessoas que são unânimes em afirmar que a situação exige tomada de decisões, mas nenhuma delas passa pelo fechamento de comércios e restrição radical de atividades

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Será que Itaúna voltará aos tempos das ondas vermelha e roxa, de grande restrição, onde as pessoas foram obrigadas a ficar em casa e os serviços não considerados essenciais impedidos de funcionar? Com centenas de novos casos de infectados a cada dia, há quem acredite que os piores momentos da pandemia voltaram e que os altos números de contaminação pela Ômicron podem levar a cidade a retornar com medidas restritivas, impedindo inclusive a frequência em locais onde haja aglomerações.

O Jornal S’PASSO perguntou a várias pessoas se elas achavam possível o fechamento de setores do comércio e outros serviços essenciais. Fernando Meira de Faria, secretário municipal de Saúde, disse que Itaúna está seguindo todos os outros municípios de Minas e do Brasil e vivenciando um dos momentos mais graves de incidência da variante Ômicron. Na sua avaliação, essa semana e na próxima, a cidade terá o maior número de casos confirmados de contaminação do novo coronavírus. “O que a gente tem percebido é que com muito menos casos confirmados naquela época, nos picos de abril e maio, a gente teve uma ocupação muito maior dos hospitais com casos muito graves. Agora estamos vendo uma ocupação grande de leitos, gradativa, dados os números de casos que estamos tendo, mas ainda não é tão grave como foi no ano passado”, afirmou.

Cuidados pessoais são importantes

O secretário Meira disse que o momento agora é focar nos cuidados, isolamento, testagem em casos de sintomas, na proteção dos contatos, insistir ainda no uso de máscara, lavagem de mãos, álcool em gel e restrição de atividades. “Percebo, tanto na fala do ministro da Saúde, quanto na do secretário estadual, que vamos continuar tendo picos altos de casos, mas acredito que haverá uma queda acentuada posteriormente. E penso que as orientações sejam de que não será necessário fechamento ou maior restrição das atividades, a menos que tenhamos um cenário de ocupação hospitalar preocupante”, pontuou.

Que Itaúna não tenha que tomar medidas mais radicais

O presidente da Associação Comercial Empresarial (ACE) e vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Itaúna (CDL), Afonso Henrique da Silva Lima, disse à reportagem que espera que Itaúna não tenha que passar por medidas mais radicais novamente. “Mas que para que isso ocorra, é preciso que a população colabore com as medidas para evitar a propagação do vírus, como o uso de máscaras, evitar aglomerações e manter distâncias mínimas entre as pessoas”.

Se o Hospital lotar, tem que fechar tudo

O médico cardiologista Alessandro Bao Travizani entende que se os hospitais esgotarem as vagas, não haverá outro caminho senão fechar tudo novamente. Na sua avaliação os picos elevados de contaminação ainda irão prevalecer por cerca de dez dias, com tendência a piorar. Algumas cidades já estão fechando, contou ele.

‘Dona Regina’ reduz público, mas funciona com segurança

O proprietário da casa de shows ‘Espaço Dona Regina’, Geraldo Gabriel, o Gibi, voltou a afirmar que o seu negócio está funcionando dentro dos protocolos estabelecidos pelas autoridades sanitárias, com atendimento a todas as regras de segurança. “Vamos tentar continuar funcionando, com as medidas de segurança necessárias, mas estamos reduzindo público a fim de garantir o melhor para as pessoas. Penso que com a vacinação e o baixo número de óbitos, ainda que com a variante Ômicron, não haverá necessidade de fechamento e de maiores restrições”, considerou.

Ômicron é mais rápida, porém seus efeitos são mais leves

O presidente da Câmara, Alexandre Campos (DEM), esclareceu que é uma das pessoas que têm acompanhado a evolução da Covid-19 desde o início e percebido que a contaminação por meio da Ômicron é mais rápida. Mas ele acredita que com as pessoas sendo vacinadas a aceitação da doença é maior, em termos de imunidade, e a recuperação muito mais rápida, com menos complicações. “Acho que por agora não vejo razão de fechamento, talvez cancelar grandes eventos. Aqui na Câmara, por exemplo, estamos com as portas abertas, mas suspendemos as reuniões públicas – somente de forma on-line. No meu gabinete estou com dois funcionários afastados porque tiveram contato com outras pessoas de Covid”, esclareceu.

Vacinas salvam vida

Na opinião do vereador Nesval Júnior (PSD), líder do prefeito na Câmara, o crescimento de casos de Covid-19 em Itaúna é inegável, no entanto, ele avalia que as contaminações têm sido mais brandas, principalmente por causa da vacina. “Com isso, penso que temos que ter um equilíbrio entre os pontos de vista, financeiro e comercial e o da saúde. Acredito que o setor comercial já sofreu muito com os prejuízos financeiros, assim como muitas vidas se perderam ao longo desse período de pandemia. O momento agora é de cuidar, mas penso que não é o de fechar. O vírus circula sim e as pessoas têm que se cuidar, principalmente se vacinando. Aproveito para fazer um apelo para que as pessoas busquem os PSF’s, o sistema de saúde e procurem pela vacina. A única forma de vencer essa pandemia será através da vacina”, salientou.  

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