Sete Perguntas para João Emanuel, o mais novo aluno da Cia. de Dança do Ballet Bolshoi

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O menino itaunense João Emanuel Gonçalves Lima tinha sete anos quando começou a dançar. Ele fazia hip-hop no projeto Escola Aberta Para Todos, da Prefeitura de Itaúna, no Caic, bairro Morada Nova. Por suas performances foi encaminhado pelo professor de música, Marcelo Costa, à SIA – Sede Itaunense de Artes, da professora Elina Maria Bernardes. E conheceu o ballet clássico. Seu talento e seus esforços o levaram a conquistar novos voos. Foi selecionado para o Ballet Clássico da escola de dança brasileira do Bolshoi em seleção nacional, realizada nos dias 18 e 19 de março.  A Escola do Teatro Bolshoi no Brasil é uma tradicional instituição de dança, em Joinville (SC). Fundada em 2000, é a única filial do Teatro Bolshoi de Moscou e possui alunos de vários estados brasileiros e de outros países.

João Emanuel tem 11 anos e já está morando em Joinville, com sua família. Ele tirou um tempinho de suas atividades para falar com o Jornal S’PASSO no início da semana.

1. João, essa bolsa de estudo é um sonho? Você sonhou com isso? Você já conhecia o potencial e a fama do Ballet Bolshoi? Conta um pouco dessa história.

A Elina, lá na SIA, sempre incentivava muito a gente. E ela falava dos bailarinos da SIA que foram para fora (o Dênis, para a Alemanha, o Lucas para o Municipal do Rio e Cia da Débora Kolker) e também das grandes companhias de ballet do mundo. Então eu gostei do Bolshoi.

2. Mas, conta para nós como começou a sua relação com a dança? Quando e onde foi que isso aconteceu? Quem foram seus primeiros professores?

Desde pequeno eu gosto de dançar. Minha mãe colocava música e eu dançava. Eu fiz um ano de hip-hop no CAIC. Aí o professor de música, o Marcelo, me viu fazendo abertura e me indicou para a Elina, porque ela é a melhor professora de ballet. Então, eu fui para a SIA e comecei o ballet lá com a Elina. Eu tinha 7 anos e agora estou com 11.

3. Como sua família assimilou esse seu interesse? E os amigos, os colegas de escola, como foi a convivência a partir de então? Houve hostilidade, crítica, bullying?

Meu pai e minha mãe sempre me apoiaram, mas meus tios me criticavam. Agora que vim para o Bolshoi eles falam com orgulho: Ah! Ele é meu sobrinho! Com meus amigos e colegas nunca tive problema.

4. Além da dança, como é a arte em sua vida? Você é uma criança que sempre gostou de arte? Na música, o que você gosta de ouvir? E as brincadeiras de criança, o que gosta de fazer?

Minha matéria preferida na escola é Arte. Gosto de desenhar, de pintar… Gosto de ouvir música clássica e K-pop. Gosto de brincadeiras de imaginação: criar histórias, personagens.

5. Soube que você já está de mudança para Joinville. Como será essa transferência? Quais são suas expectativas para alteração tão imensa em seu roteiro de vida?

Está sendo muito diferente. Mas já me adaptei. Fui o primeiro a me adaptar aqui em Joinville.

6. E a escola de dança do Bolshoi no Brasil, o que você já sabe das suas atividades para os próximos tempos? E, depois, o que pretende com a dança, quais são seus planos?

É uma rotina puxada, com aulas das 7 às 12 no Bolshoi, mas o conteúdo só vou saber dia 19. Quero me tornar um grande bailarino e conhecer novos países.

7. Um recado que você daria às crianças que como você amam a arte e pretendem investir em seus sonhos.

Acreditem nos seus sonhos, nunca desistam. Confiem nos planos de Deus, que dá tudo certo e procurem bons profissionais como a Elina, que ajudam a gente a evoluir, e boas escolas como a SIA. Parem com o preconceito. Se as mulheres estão fazendo de tudo, por que os homens não podem dançar ballet?

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